sábado, 25 de dezembro de 2010

24/ 11 - Nascimento, em Santa Catarina, de Cruz e Souza, o maior poeta simbolista brasileiro / 1861


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Cruz e Sousa (1861 - 1898)

João da Cruz e Souza nasceu em 24 de novembro de 1861 em Desterro, hoje Florinaopolis, Santa Catarina. Seu pai e sua mãe, negros puros, eram escravos alforriados pelo marechal Guilherme Xavier de Sousa. Ao que tudo indica o marechal gostava muito dessa família pois o menino João da Cruz recebeu, além de educação refinada, adquirida no Liceu Provincial de Santa Catarina, o sobrenome Sousa.
Apesar de toda essa proteção, Cruz e Souza sofreu muito com o preconceito racial. Depois de dirigir um jornal abolicionista, foi impedido de deixar sua terra natal por motivos de preconceito racial.

Algum tempo depois é nomeado promotor público, porém, é impedido de assumir o cargo, novamente por causa do preconceito. Ao transferir-se para o Rio, sobreviveu trabalhando em pequenos empregos e continuou sendo vítima do preconceito.

Em 1893 casa-se com Gravita Rosa Gonçalves, que também era negra e que mais tarde enlouqueceu. O casal teve quatro filhos e todos faleceram prematuramente, o que teve vida mais longa morreu quando tinha apenas 17 anos.

Cruz e Souza morreu em 19 de março de 1898 na cidade mineira de Sítio, vítima de tuberculose. Suas únicas obras publicadas em vida foram Missal e Broquéis.

Cruz e Souza é, sem sombra de dúvidas, o mais importante poeta Simbolista brasileiro, chegando a ser considerado também um dos maiores representantes dessa escola no mundo. Muitos críticos chegam a afirmar que se não fosse a sua presença, a estética Simbolista não teria existido no Brasil. Sua obra apresenta diversidade e riqueza.

De um lado, encontram-se aspectos noturnos, herdados do Romantismo como por exemplo o culto da noite, certo satanismo, pessimismo, angústia morte etc. Já de outro, percebe-se uma certa preocupação formal, como o gosto pelo soneto, o uso de vocábulos refinados, a força das imagens etc. Em relação a sua obra, pode-se dizer ainda que ela tem um caráter evolutivo, pois trata de temas até certo ponto pessoais como por exemplo o sofrimento do negro e evolui para a angústia do ser humano. 

terça-feira, 2 de novembro de 2010

20/11 - Morte de Zumbi, líder do quilombo dos Palmares /1695





Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência anti-escravagista. 
Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses, devido ao grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital, era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
Amélia Hamze 
Profª da FEB/CETEC 
ISEB/FISO-Barretos 

20/11-Dia da Consciência Negra

19/11 - Lançamento do primeiro volume de Cadernos Negros /1978

19/11 - Publicação de despacho de Rui Barbosa ordenando a queima de livros e documentos referentes à escravidão negra no Brasil






Orador, jurista, jornalista, abolicionista e homem público brasileiro nascido em Salvador, Bahia, fundador da Academia Brasileira de Letras, escolhendo Evaristo da Veiga como patrono da Cadeira n. 10 da ABL, ficou famoso ao traduzir a obra O papa e o concílio (1877), de Doelinger, contra o dogma da infalibilidade do papa. Filho do médico, político e educador João José Barbosa de Oliveira, homem voltado para os problemas da educação e da cultura e que por vários anos dirigiu a Instrução Pública de sua província, e de dona Maria Adélia, que lhe deram ainda uma irmã mais nova, Brites Barbosa. Iniciou (1865) o curso jurídico em Recife e, conforme tradição da época, transferiu-se (1868), para a Faculdade de Direito de São Paulo.
Lá foi proposto sócio, juntamente com Castro Alves, do Ateneu Paulistano, então sob a presidência de Joaquim Nabuco. Formado em direito (1870) fez da introdução do livro um libelo contra a chamada questão religiosa. Em seguida mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou a carreira na tribuna e na imprensa, abraçando como causa inicial a abolição da escravatura. Casou-se (1876) com Maria Augusta Viana Bandeira, que lhe acompanharia a partir de então por todos os momentos da vida. Eleito deputado provincial pela Bahia (1878) e reeleito deputado geral nas duas eleições seguintes, participou da reforma eleitoral (1881) e da reforma do ensino (1882-1883).
Preconizou, juntamente com Joaquim Nabuco, a defesa do sistema federativo, por isso, quando convidado para ministro do Gabinete Afonso Celso, pouco antes da proclamação da República, recusou o cargo, por ser este incompatível com suas idéias federativas. Destacou-se na defesa da abolição, mas não se mostrou um batalhador da República, embora criticasse as falhas da monarquia e ajudasse em sua derrocada. Ministro da Fazenda no primeiro governo provisório, recorreu à inflação para financiar o crescimento econômico. Liberal, ajudou a redigir a nova Constituição (1891). Oposicionista no governo de Floriano Peixoto, foi obrigado a se exilar (1893-1894), passando por Buenos Aires, Lisboa e Londres, onde escreveu, então, as famosas Cartas da Inglaterra para o Jornal do Commercio, tornando-se a primeira voz no mundo a se levantar contra o famoso Processo Dreyfus.
Voltando ao Brasil (1895) ocupou uma cadeira no Senado, pela Bahia à Assembléia Constituinte. Permaneceria como Senador da República até à morte, sendo sucessivamente reeleito. Ganhou fama internacional quando o czar da Rússia convocou a 2aConferência da Paz, em Haia (1907). O Barão do Rio Branco, no Ministério das Relações Exteriores, escolheu primeiramente Joaquim Nabuco para chefiar a delegação brasileira, mas a imprensa e a opinião pública lançaram o seu nome e o próprio Joaquim Nabuco recusou a nomeação em benefício da nomeação do senador. Investido de uma categoria diplomática não desfrutada até então por nenhum país da América Latina, defendeu o princípio da igualdade jurídica das nações soberanas, enfrentando irredutíveis preconceitos das chamadas grandes potências.
Além de nomeado Presidente de Honra da Primeira Comissão, teve seu nome colocado entre os Sete Sábios de Haia. Os outros eram o Barão Marshall, Nelidoff, Choate, Kapos Meye, Léon Bourgeois e o Conde Tornielli. Em virtude de seu discurso defendendo os direitos dos pequenos países e propondo a igualdade entre todas as nações, ganhou o epíteto de Águia de Haia. Candidatou-se à Presidência em oposição ao marechal Hermes da Fonseca, liderando a Campanha Civilista (1910). Derrotado, depois (1913) fundou o Partido Liberal, sendo mais uma vez indicado para a presidência da República, candidatura que desistiu. Novamente levantada sua candidatura à presidência da República (1919), numa campanha radical nas questões sociais, percorreu vários Estados, em campanha contra a decadência dos nossos costumes políticos. Novamente foi derrotado, desta vez por Epitácio Pessoa.
Foi eleito (1921) juiz da Corte Internacional de Justiça, como o mais votado, recebendo as mais significativas homenagens do Brasil e de todo o mundo. Proferiu o último discurso no Senado (1922), concedendo o estado de sítio ao governo para dominar o movimento revolucionário. Faleceu em Petrópolis, RJ, deixando uma obra vasta, que incluiu escritos e discursos sobre todas as questões da época, embora pessoalmente não se considerasse um escritor. Foi um político radical e de idéias, sob certos ângulos, muito discutíveis como sua oposição a vacinação obrigatória contra a febre amarela no Rio de Janeiro e sua criação e aprovação da lei pela eliminação de todos os documentos que registravam a era da escravidão no Brasil.
Na sua obra citam-se: Alexandre Herculano, discurso (1877); Castro Alves, discurso (1881); Reforma do ensino secundário e superior, pareceres (1882); O Marquês de Pombal, discurso (1882); Reforma do ensino primário, pareceres (1883); Swift, ensaio (1887); Cartas da Inglaterra, ensaios (1896); Parecer e Réplica acerca da redação do Código Civil, filologia (1904); Discursos e conferências (1907); Anatole France, discurso (1909); Páginas literárias, ensaios (1918); Cartas políticas e literárias, epístolas (1919); Oração aos moços, discurso (1920) e depois editado em livro (1921); Queda do Império, história, 2 vols. (1921); Orações do Apóstolo, discursos (1923); Obras completas, organizadas pela Casa de Rui Barbosa, 125 vols. 
Obs: Segundo Rejane M.M. de A. Magalhães, Chefe do Setor Ruiano da Fundação Casa de Rui Barbosa (fcrb@rb.gov.br), nunca constou em seu nome completo o sobrenome "de Oliveira", como aparece em alguns sites da Internet, ou seja, seu nome completo era Rui Barbosa. 

Figura copiada do site RUI BARBOSA, 150 ANOS 
http://www.projetomemoria.art.br/RuiBarbosa/

19/11 - Nascimento de Paulo Lauro - primeiro prefeito negro de São Paulo, SP / 1907

  Prefeitos de São Paulo ::

Categoria: Personagens
Autor(a): Mario Lopomo | história publicada em 17/11/2005
Os prefeitos de São Paulo eram nomeados pelos governadores do estado. O prefeito nomeado por Getulio Vargas em 1938 foi Francisco Prestes Maia, que gerenciou a cidade de São Paulo por sete anos, deixando a prefeitura em 1945. Depois de Prestes Maia vieram mais sete prefeitos nomeados. A saber: Abrão Ribeiro, Cristiano das Neves, Paulo Lauro (o primeiro prefeito negro), Miltom Improta, Asdrubal Cunha, Lineu Prestes. Quando Lucas Nogueira Garces tomou posse como governador, achou que o povo é quem devia escolher o prefeito da cidade. Provisoriamente nomeou Armando de Arruda Pereira, até que houvesse eleição para se saber que governaria a cidade de Sã Paulo. Aprovado pela assembléia a eleição foi marcada para o dia 21 de março de 1953. O ex. governador Adhemar de Barros, apoiou o senhor Antônio Cardoso pelo PSP. Jânio da Silva Quadros um professor de português do colégio Dante Aligueri, que tinha sido eleito vereador, e posteriormente deputado estadual, era o principal adversário do candidato de Adhemar de Barros. Era a campanha do milhão contra o tostão. O milhão representava Adhemar que era rico e o tostão era Jânio Quadros. Jânio surpreendentemente derrotou Antônio Cardoso considerado favorito absoluto daquela eleição. Jânio Quadros foi o primeiro prefeito eleito da cidade de Sã Paulo. Daí para frente Jânio começou a fazer sua carreira política. Ele ia nas repartições publicas ver com seus próprios olhos quem trabalhava ou não. Demitia sem dó e nem piedade aqueles que ele considerava vagabundos.
Certa ocasião ele foi no mercado municipal de madrugada, tinha poucos faxineiros trabalhando. Os demais iam chegando lá pelas nove horas. Todos foram demitidos. Começava ali o símbolo da vassoura, que marcou sua carreira, como símbolo de campanha. Em 1971 quando o prefeito faria Lima estava para terminar seu mandato, eleito que foi pelo povo. Foi também o ultimo. Pois dali para frente os militares nomearam os prefeitos a seu bel prazer. Isto perdurou até 1985. Quando a democracia voltou a reinar no Brasil. Curiosamente Jânio Quadros estava novamente na disputa com outro Cardoso. Era Fernando Henrique, que detinha o cargo de senador pelo PMDB, apoiado pelo governador Franco Montoro e favorito absoluto para ganhar a eleição. Numa visita de cortesia ao prefeito Mário covas, que era o prefeito, sentou-se na cadeira do gabinete para as fotos para os jornais. Jânio Quadros dizia, naquele seu tom jocoso. Derrotei um Cardoso 32 anos atrás, e vou derrotar outro este ano. e não deu outra, Jânio ganhou com diferença de 150 mil votos de diferença. Quando foi tomar posse ele levou um Spray, e detetizou a cadeira. Sob o espanto de todos Jânio disse: "Nádegas indevidas sentaram nesta cadeira".
Mário Lopomo

11/11 - Independência do Zimbabwe /1980

11/11 - Independência do Zimbabwe /1980

Cartilha 
11. Zimbábue[Image]
Foto: Odd Andersen/AFPPopulação: 11,7 milhões (2000)
Área geográfica: 390.759 km2
Forma de Governo: República presidencialista
Em 1989, existiam 4.319 empresários rurais negros e brancos ocupando aproximadamente 29% da terra no Zimbábue. Haviam sido assentadas 52 mil famílias em cerca de 2,8 milhões de hectares de terra adquiridas pelo Estado para reassentamento. Em 2000, o número de beneficiários tinha aumentado para 75 mil famílias e o total de terras redistribuìdas para 3,5 milhões de hectares.

Contudo, a aquisição de terras não ocorreu uniformemente ao longo do tempo. O processo foi extremamente desigual e tem havido uma desaceleração no andamento do programa. As desigualdades no Zimbábue são acentuadas. A estrutura fundiária reflete a divisão racial, com 6 mil fazendeiros brancos possuindo cerca de 42% das terras do país.
[Image]Breve histórico
A colonização do Zimbábue começou apenas na década de 1890. Esse movimento dos colonizadores europeus foi estimulado por descobertas massivas de ouro no Rand (atual Joanesburgo), na África do Sul. A Companhia Sul-Africana Britânica obteve concessão da Coroa Britânica para explorar minérios na região. No entanto, o ouro descoberto no Zimbábue era espalhado e quase impossível de ser extraído com lucro.

Devido à impossibilidade de obter lucros pela exploração do ouro, a Companhia buscou um meio alternativo de gerar receitas: patrocinou o assentamento de homens brancos com objetivos agrícolas. O resultado foi a necessidade de expropriar uma maior quantidade de terras dos africanos e forçá-los a trabalhar nas fazendas dos colonos.

O primeiro Chimurenga - rebeliões africanas para expulsar os brancos do território - aconteceu em 1896, mas foi derrotado pelas armas européias. Por volta de 1923, um plebiscito foi organizado para os colonos brancos determinarem o futuro do território. Os brancos resolveram que queriam se separar da África do Sul. Surge a Rodésia, nome do Zimbábue até 1980, em homenagem a John Cecil Rhodes, o primeiro colonizador do país.

Em 1930, o Ato de Indicação de Terras separou a terra segundo critérios raciais, tanto em termos de quantidade como de qualidade. Assim, 51% das terras ficaram com os colonos brancos. Elas estavam localizadas, em grande parte, nas aráveis regiões altas centrais. Aos africanos (a maioria da população) foram destinados 30% das terras. Essas regiões, designadas "Áreas de Reserva Africana", são hoje conhecidas como áreas comunais. O restante pertencia a companhias comerciais ou ao governo colonial ("Terras da Coroa").

Entre 1930 e 1980, ano da independência do Zimbábue, as propriedades dos brancos diminuíram de 51% para 40% e as terras disponíveis para os africanos se expandiram de 30% para 40%. A densidade populacional, contudo, era diferente, com um maior número de pessoas vivendo na área negra, situação que prevalece até hoje.
O Ato de Agricultura em Terras Nativas foi aprovada em 1951. O ponto central desta lei, comum a muitas outras colonias britânicas na Àfrica do período, era a limitação dos rebanhos, a introdução de novas tecnologias e de métodos de conservação de água e solo.

Dados da década de 60 mostram a segregação a que estavam submetidas as populações nativas. Os brancos estavam com a maior quantidade de terras, nas melhores regiões e apoiados pelo Estado para desenvolver a agricultura. As terras dos negros ficaram abandonadas sem apoio estatal.

A maior parte da população do Zimbábue se concentra em áreas negras, onde há pouca terra. Isso levou a uma degradação ambiental muito grande e os negros se tornaram mão-de-obra para as fazendas dos brancos.

Em meados da década de 60, o segundo Chimurenga começou, liderado pela União Nacional Africana do Zimbábue e União dos Povos Africanos do Zimbábue. Estes dois movimentos de libertação se comprometiam a fazer uma reforma agrária radical quando tomassem o poder. A principal motivação era reconquistar a terra perdida - uma luta na terra e pela terra. Com isso, observamos que a raiz do problema da terra no Zimbábue está na segregação racial.
O programa de reforma agrária
O Programa de Reassentamento e Reforma Agrária do governo do Zimbábue pode ser divido em duas fases: a primeira se prolonga de 1980 a 1996; a segunda começa com a publicação oficial da aquisição compulsória de fazendas, em 1997.

De 1980 a 1996, o Estado comprava terras dos brancos e redistribuía aos negros, formando assentamentos. O Estado só podia comprar terras dos brancos que queriam vender. Havia pressões contrárias a esse tipo de reforma agrária, por parte do Banco Mundial e do FMI, além da União dos Fazendeiros Brancos, que estimulava os proprietários a não passarem terras para o Governo. Isso levou o Governo a cortar as verbas para os assentamentos.

O Banco Mundial insistia em uma reforma agrária de mercado. No entanto, durante o Programa Econômico de Ajuste Estrutural (1991-1995), a agência falhou em mobilizar recursos necessários para apoiar essa proposta. Neste período aumentaram as deficiências na aquisição de terras e os conflitos agrários. A maioria dos empresários rurais se beneficiou da nova orientação agroexportadora. Isso agravou os conflitos entre elite agrícola branca e os camponeses negros que competiam pelos mesmos recursos. A política de ajuste estrutural internacionalizou os interesses pelas terras do Zimbábue e gerou novos conflitos agrários.

A partir daí, o Estado passa a adotar uma postura mais radical, colocando a polícia para reprimir as ocupações de terra. O governo deixa de indenizar as terras pelo preço de mercado, atribuindo esta obrigação de reparação histórica à Grã-Bretanha, colonizadora do país.
A Emenda de 2000 (nº 16) estipulou vários fatores a serem considerados na indenização. Desobrigou o governo de pagar pela terra desapropriada para reassentamento - o Governo indenizaria apenas as benfeitorias feitas nas propriedades. Esse processo, contudo, teve um sucesso mínimo, já que os proprietários contestaram as terras na justiça.

O resultado disso foi um intenso processo de ocupação de terras a partir de agosto de 1997 em todo o país. O objetivo explícito dessas ações era redistribuir terra dos fazendeiros brancos aos sem terra e veteranos de guerra. Essas ocupações vieram em ondas, com apenas algumas em 1997, mas aumentando até atingir bem mais de mil em 2000.

A escala e a forma das ocupações tornaram-se o centro de uma guerra midiática e de propaganda no Zimbábue, na subregião do sul da África, assim como internacionalmente. Como conseqüência é bastante difícil conseguir uma estimativa confiável da escala do fenômeno. Estimativas variam de 900 a 1.500 fazendas.
Texto basedo em LEBERT, Tom - Reforma agrária e Ocupação de Terra no Zimbábue


11/11 - Independência de Angola / 1975

Angola ou República de Angola é um país africano localizado na costa ocidental da África, por isso é banhado pelo oceano Atlântico. 

O país ocupa uma área de 1.246, 700 km2 onde vivem cerca de 18,4 milhões de habitantes, esse território têm como capital a cidade de Luanda. Essa nação compõe um dos países que possui como língua oficial o português. 

O estabelecimento do território angolano ocorreu na Conferência de Berlim, em 1885, essa reunião serviu para decidir quais países iriam dominar e explorar como colônias os territórios africanos. 

Angola foi colonizada por Portugal, sua independência aconteceu somente em 11 de novembro de 1975. Apesar da conquista da autonomia política essa nação não usufrui de paz, a luta que antes era contra a ocupação portuguesa tornou-se uma guerra civil provocada por divergências políticas. 

A estrutura política da Angola possui a característica de concentrar o poder nas mãos do presidente, que conta com o auxílio de um primeiro ministro acrescido do conselho de ministros. O país é dividido internamente em províncias, que totalizam dezoito, os líderes ou governadores de cada uma são escolhidos pelo presidente. 

Após décadas de conflito civil, o país enfrenta diversos problemas de caráter social, uma vez que a Angola é um dos países mais pobres do mundo. Sem realizar uma eleição presidencial desde 1992, o governo atual visa organizar um processo eleitoral nos dias 5 e 6 de setembro de 2008. 

O território angolano possui as seguintes características climáticas: clima temperado no litoral, ocorrência de um restrito período chuvoso (fevereiro a abril), apresenta verões quentes e secos e invernos amenos. 

Nos pontos de relevo mais elevados há uma temperatura agradável, com ocorrência de duas estações, uma seca (maio a outubro) e uma chuvosa (novembro a abril). 

Assim como a maioria dos países africanos, Angola tem suas atividades econômicas ligadas diretamente à produção primária, destacando-se na produção de café, cana-de-açúcar, sisal, milho, coco e amendoim, além do algodão, tabaco, borracha, batata, arroz e banana. Na pecuária as principais criações são respectivamente de bovinos, caprinos e suínos. 

No país são encontradas grandes jazidas, sobretudo de cobre, manganês, fosfato, sal, chumbo, ouro, diamante, petróleo e outros. 

As indústrias presentes no país estão ligadas ao processamento ou beneficiamento de produtos agrícolas, produzindo açúcar, cerveja, cimento, além de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

10/11 - O governo Médici proíbe em toda a imprensa notícias sobre índios, esquadrão da morte, guerrilha, movimento negro e discriminação racial / 1969






No fim de 1969, o alarmante estado de saúde do então presidente Costa e Silva levou os membros do regime militar a declararem a vacância nos cargos de presidente e vice-presidente do Brasil. Entre os membros do oficialato mais cotados para assumir o cargo em aberto, destacava-se o general Albuquerque Lima, uma das mais proeminentes figuras entre os oficiais mais jovens do Exército. No entanto, os grupos mais ligados à chamada “linha dura” acabaram aprovando o nome de Emílio Garrastazu Médici. 

No governo Médici, observamos o auge da ação dos instrumentos de repressão e tortura instalados a partir de 1968. Os famosos “porões da ditadura” ganhavam o aval do Estado para promover a tortura e o assassinato no interior de delegacias e presídios. A guerrilha, que usou de violência contra o regime, foi seriamente abalada com o assassinato de Carlos Lamarca e Carlos Marighella. A Guerrilha do Araguaia, findada em 1975, foi uma das poucas atividades de oposição clandestina a resistir. 

A repressão aos órgãos de imprensa foi intensa, impossibilitando a denúncia das arbitrariedades que se espalhavam pelo país. Ao mesmo tempo, no governo de Médici observamos o uso massivo dos meios de comunicação para instituir uma visão positiva sobre o Governo Militar. A campanha publicitária oficial espalhava adesivos e cartazes defendendo o ufanismo nacionalista. Palavras de ordem e cooperação como “Brasil, Ame ou deixe-o” integravam o discurso político da época. 

A eficiência desta propaganda foi alcançada graças a um conjunto de medidas econômicas instituídas pelo Ministro Delfim Neto. Influenciado por uma perspectiva econômica de natureza produtivista, Delfim Neto incentivou o reaquecimento das atividades econômicas sem o repasse destas riquezas à sociedade. Conforme ele mesmo dizia, era preciso fazer o bolo crescer antes de ser repartido. Em curto prazo, seu plano de ação se traduziu em índices de crescimento superiores a 10% por cento ao ano. 

O chamado “milagre econômico” foi marcado pela realização de grandes obras da iniciativa pública. Obras de porte faraônico como a rodovia Transamazônica, a ponte Rio-Niterói e Usina Hidrelétrica de Itaipu passavam a impressão de um país que se modernizava a passos largos. Entretanto, a euforia desenvolvimentista era custeada por meio de enormes quantidades de dinheiro obtidas por meio de empréstimos que alcançaram a cifra dos 10 bilhões de dólares. 

A participação do Estado na economia ampliou-se significativamente com a criação de aproximadamente trezentas empresas estatais entre os anos de 1974 e 1979. Diversas agências de ação política organizavam o desenvolvimento dos setores econômico e social. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e o Plano de Integração Social (PIS) formavam alguns dos “braços” da ação política dos militares. 

A expansão do setor industrial, viabilizada por meio da expansão do crédito, a manutenção dos índices salariais e a repressão política, incitou uma explosão consumista entre os setores médios da população. A obtenção de uma casa própria financiada, a compra de um carro e as compras no shopping começou a formar os principais “sonhos de consumo” da classe média. 

Entretanto, “o milagre” esvaiu com a mesma velocidade que empolgou. No ano de 1973, uma crise internacional do petróleo escancarou as fraquezas da nossa economia dando fim a toda empolgação. Na época, o Brasil importava mais da metade dos combustíveis que produzia e, por isso, não resistiu ao impacto causado pela alta nos preços do petróleo. Em pouco tempo, a dívida externa e a onda inflacionária acabou com os sucessos do regime.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola 

04/11 - O MNU declara o 20 de novembro Dia Nacional da Consciência Negra / 1978


Direitos Humanos e Segurança Cidadã 

COMEMORAÇÕES DO DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA
20 de novembro 

A história do povo negro no Brasil e no mundo sempre foi de resistência e enfrentamento, seja contra o regime de escravidão, que objetivava transformá-los em mercadorias, ou a exclusão  da população negra.

No Brasil essas resistências se expressaram, principalmente, por meio das formações dos quilombos em todo o território brasileiro. Dentre esses quilombos, o de Palmares, na Serra da Barriga, na época Pernambuco hoje Alagoas, foi um dos mais significativos redutos de negros fugidos, com população estimada em mais de 30 mil pessoas. Ler esta história é acreditar que a tradição deste povo não é viver sobre a lógica racista, que oprime e descaracteriza suas lutas, mas, sim, a de preservação e reafirmação de seus ícones negros como Zumbi dos Palmares. Assassinado no dia 20 de novembro de 1695, Zumbi teve sua cabeça exposta onde hoje é o Pátio da Basílica do Carmo, no Centro de Recife.

Em 1978 o Movimento Negro Unificado, baseando-se no trabalho desenvolvido pelo Grupo Cultural Palmares no Rio Grande do Sul, propôs que o dia 20 de novembro, dia do assassinato de Zumbi dos Palmares, fosse comemorado como Dia Nacional da Consciência Negra, consolidando-se como lei em alguns governos populares. 

Desde 2001 a Prefeitura do Recife criou um conjunto de ações estruturadas na política de inversão de prioridades e no estímulo à participação popular, por meio de princípios democráticos de igualdade e eqüidade, tendo como eixo o enfrentamento às desigualdades de todas as formas, principalmente, a racial.
Principais ações, programas e projetos da Prefeitura do Recife no enfrentamento ao racismo e na promoção de políticas de  igualdade racial:

·    Promoção da visibilidade para Cultura Afro em Recife e Pernambuco;
·    Criação do Núcleo de Cultura Afro Brasileira na Secretaria de Cultura;
·    Criação do Fórum Temático de Negros e Negras do Orçamento Participativo;
·    Criação da Diretoria da Igualdade Racial, na Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã;
·    Realização das Conferências Municipais de Políticas de Promoção da Igualdade Racial;
·    Criação (2008) do Programa de Combate ao Racismo Institucional do Recife;
·    Criação do GTÊRE na Secretaria de Educação;
·    Criação da Gerência Operacional de Saúde da População Negra, na Secretaria de Saúde;
·    Criação do Conselho Municipal de Política de Promoção da igualdade Racial;
·    Projetos: Recife Quilombola, Fortalecimento Institucional e Juventude nos Terreiros (parceria com a SEPPIR/PR);
·    Programas: Trabalho Doméstico Cidadão, Programa Fome Zero, Brasil Alfabetizado (parceria com a SEPPIR/PR);
·    Participação no Fórum Intergovernamental de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – FIPPIR;
·    Consolidação, na agenda do movimento, de datas significativas para população negra: 20 de novembro - Dia da Consciência Negra, 25 de julho – Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, 21 de março – Dia Internacional de luta pela Eliminação da Discriminação Racial, 24 de julho – Aniversário do poeta negro Solano Trindade e 21 de janeiro – Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. 

100 Anos de Solano Trindade

Em 2008, o Recife e o Brasil reverenciam o centenário do poeta Afro-Pernambucano, Solano Trindade, que em seus trabalhos sempre ressaltou as lutas revolucionárias, a resistência de Palmares e os bairros desta cidade. Solano conseguiu expressar, por meio da poesia e de sua vida, a luta da população negra contra a repressão racista, desfazendo versões sobre o passado deste povo e ajudando a construir sua história. É neste sentimento que lembramos da sua poesia sobre o Recife.

Programação

03/11 às 19h
Roda de Conversa Saúde da Mulher Negra
Local:
Grupo Espaço Mulher na Estrada do Passarinho 3400, Passarinho
Informações:
(081) 9295.5480  | 3451.9825

04/11 com Concentração 15h e saída às 16h
II Caminhada dos Terreiros de Matriz Africana de Pernambuco
Local:
Praça Oswaldo Cruz, sentido Pátio do Carmo centro do Recife
Informações:
(081) 8645.4019

04/11 às 15h e às 19h
Projeto Fala Negra
Local:
Núcleo de Cultura Afro Brasileira, casa 34 Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

04/11 às 19h
Terça Negra Especial
Maracatu Cambinda Africana, Maracatu Estrela Brilhante do Recife, Banda Favela Reggae, Afoxé Ará Ode
Local:
Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

05/11 às 18h
Cine Debate:
Quanto Vale ou é por Quilo
Local:
Sede do Grupo de Mulheres Cidadania Feminina Rua Amós 120, Córrego do Euclides
Informações:
(081) 3268.9582

05/11 às 18h
Elaboração Participativa
 Museu da Abolição
10ª Roda de Diálogo – Plenária Final
Local:
Rua Benfica 1150, Museu da Abolição Madalena
Informações:
(081) 3228.3011

06/11 às 15h e às 19h
Projeto Fala Negra
Local:
Núcleo de Cultura Afro Brasileira, casa 34 Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

07/11  às 19h
Projeto Axé de Fala
Local:
Núcleo de Cultura Afro Brasileira, casa 34 Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

08/11 às 19h
Roda de Diálogo: Mulheres Negras e a Luta pela Liberdade – Afirmando Direitos
Local:
Sede da Cidadania Feminina, Rua Amós 120, Córrego do Euclides
Informações:
(081) 3268.9582

08/11 às 20h
Balé de Cultura Negra - BACNARE com o show “Divindades Africanas”
Local:
Teatro Santa Isabel
Informações:
(081) 3444.3710

09/11 às 20h
Bale de Cultura Negra - BACNARE com o show “Divindades Africanas”
Local:
Teatro Santa Isabel
Informações:
(081) 3444.3710

10/11  de 8h às 18h
Lançamento do Diagnóstico das Desigualdade Racial na Cidade do Recife e apresentação do Perfil da Mortalidade por Raça/Cor em Recife/2007
Local:
Auditório Capiba 15º andar prédio sede da Prefeitura do Recife
Informações:
(081) 3232.8410  |  3232.8724

10/11 às 19h
Roda de Dialogo Mulher Negra, Violência e Pobreza
Local:
Grupo Espaço Mulher na Estrada do Passarinho 3400, Passarinho.
Informações:
(081) 9295.5480  |  3451.9825

11/11 às 15h e às 19h
Projeto Fala Negra
Local:
Núcleo de Cultura Afro Brasileira, casa 34 Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

11/11 às 16h
Lançamento da Pesquisa Mulheres Negras e Mundo do Trabalho
Local:
Sede do Grupo de Mulheres Cidadania Feminina, (Rua Amós 120, Córrego do Euclides)
Informações:
(081) 3268.9582

11,12 e 13  às 19h
Fórum da Equidade: (In)Tolerância, Diversidade e Cidadania
Local:
Fundação Joaquim Nabuco, Avenida 17 de Agosto ,2187- sala Calouste Gulbenkian
Informações:
(081) 3073.6509

11/11 às 19h
Terça Negra Especial
Maracatu Porto Rico, Zé Brown
Afoxé Omi  Sabá, Afoxé Oxum Pandá
Local:
Pátio de São Pedro – Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

14/11 de 8h às 13h
Seminário: Todos Unidos no Despertar da Consciência Negra
Local:
Terreiro Oba Aganju Okoloyá - Rua Mamede Coelho, 231, Dois Unidos
Informações:
(081) 3451.8373  |  8777.7033

14/11 às 12h
Lançamento da Cartilha AGI LAXÉ GEOGBO.
Local:
Rua Mamede Coelho 231, Dois Unidos
Informações:
(081) 3451.8373  |  8777.7033

14/11 de 17h às 21h e
15/11 de 10h às 14h
Batismo, graduação e curso de capoeira
Local:
Quadra de Esportes da UFRPE
Informações:
(081) 8706.8443

14/11 a 16/11 de 14h às 16h
IV Encontro Pernambucano de Estudantes de História - EPEH
Local:
Funeso - Jardim Fragoso, s/n, Olinda
Informações:
(081) 3241.9313  |  8427.6970  |  9152.4706 |  9416.5130

15/11  às 19h
Projeto Axé de Fala
Local:
Núcleo de Cultura Afro Brasileira, casa 34 Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

17/11 às 19h
Roda de Diálogo “Mulher negra, nossa cor, nossa raça e suas conseqüências.”
Local:
Grupo Espaço Mulher na Estrada do Passarinho 3400, Passarinho.
Informações:
(081) 9295.5480

18/11 às 15h e às 19h
Projeto Fala Negra
Local:
Núcleo de Cultura Afro Brasileira, casa 34 Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

18/11 às 16h
Projeto Fala Negra
Exibição do Vídeo Documentário “100 Anos de Solano Trindade” de Helder Vieira e Alessandro Guedes.
Local:
Núcleo da Cultura Afro-Brasileira, Casa 34 , Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

18/11 de 14h e às 17h
Santeria Cubana e Camdomblé de Pernambuco: Um Diálogo de Cosmovisão Africana
Local:
Museu da Abolição, Rua Benfica,1150, Madalena
Informações:
(081) 3232.2393 | 3228.3011

18/11 às 19h
Terça Negra Especial
Local:
Pátio de São Pedro – Centro do Recife
Festival do Caribe
Vários Grupos de Cuba
Informações:
(081) 3232..2993

19/11  às 19h
Projeto Axé de Fala
Local:
Núcleo de Cultura Afro Brasileira, casa 34 Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

19/11 às 14h
Seminário A Contribuição das Mulheres Negras na História de Pernambuco
Local:
Auditório Capiba, 15º andar da Prefeitura do Recife
Informações:
(081) 3232.8055

19/11 de 10h às 12h
I Encontro de Capoeira de Sítio Grande
Local:
Rua Massaranduba, Largo da Laje, Sítio Grande
Informações:
(081) 3304.4095  |  8640.3569

19/11 de 16h às 20h
Evento em Comemoração a Zumbi dos Palmares
Local:
Praça Zumbi dos Palmares, Macaxeira
Informações:
(081) 3265-4385
20/11 das 07h às 12h
Comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, Stand de divulgação: distribuição de material gráfico, oficina de cabelo e maquiagem afros e Apresentação de Grupos Culturais.
Local:
Mezanino do prédio sede da Prefeitura do Recife
Informações:
(081) 3232.8410  |  3232.8927

20/11 com Concentração 14h e
saída às 16h 30
Caminhada “Escolas Municipais
Reconhecendo-se Negras”
Local:
Parque Treze de Maio, seguindo sentido
o Pátio do Carmo.
Informações:
(081) 3232.5956

20/11 de 17h30 às 21h30
Lançamento Oficial da Campanha Estadual Equidade e Respeito às Religiões de Matriz Africana “Conhecer para Não Discriminar”
Local:
Museu da Abolição, Rua Benfica,1150, Madalena
Informações:
(081) 3228.3011

20/11 às 15h
Oficinas de cabelo e maquiagem afros e stands de divulgação
Local:
Pátio do Carmo, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.8410

20/11 às 15h30
Caminhada do Afoxé Oyá Alaxé
Local:
Saída da creche do Vovô Artur, nos Coelhos, sentido Pátio do Carmo
Informações:
(081) 3451.8373

20/11  de 18h às 22h
Show da Consciência Negra
18h – Maracatu Estrela Brilhante do Recife
19h – Balé Afro Daruê Malungo
20h – Afoxé Omo Nilé Ogunjá
21h – Jorge Ribas e o Fino do Samba
22h – Grupo Cubano de Percussão e Dança “ Kokoye”
Local:
Pátio do Carmo, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

21 e 22/11 das 08h às 18h
Seminário “Políticas de Ações Afirmativas para a População do Recife”
Local:
Hotel Jangadeiro, Av. Boa Viagem,3114
Informações:
(081)3232.8410  |  3232.8927

22/11 das 08h às 17h
Dia da Beleza Negra “Estética afro, trancinha, tererê, enroladinho e entrelaço”
Local:
Grupo Espaço Mulher na Estrada do Passarinho 3400, Passarinho.
Informações:
(081) 9295.5480 | 3451.9825

22/11 às 16h
Projeto Axé de Fala
Debate sobre Ações Afirmativas
Local:
Núcleo da Cultura Afro-Brasileira, Casa 34, Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

24/11 às 16h
Mulheres Enfrentando a Violência – Uma Experiência Coletiva
Local:
Sede do Grupo de Mulheres Cidadania Feminina
- Rua Amós 120, Córrego do Euclides, Alto José Bonifácio
Informações:
(081) 3268.9582

24/11 às 19h
Apitaço e Apresentação de Curtas Metragens pelo Fim da Violência contra as Mulheres
Local:
Concentração na sede do Grupo de Mulheres Cidadania Feminina, seguindo para o Largo do Córrego do Euclides.
Informações:
(081) 3268.9582

24/11 às 19h
Roda de Diálogo Autonomia Econômica das Mulheres Negras
Local:
Grupo Espaço Mulher, na sede do Grupo situada à Estrada do Passarinho 3400, Passarinho, Recife.
Informações:
(081) 3451.9825  |  9295.5480


25/11 às 15h e às 19h
Projeto Fala Negra
Local:
Núcleo de Cultura Afro Brasileira, casa 34 Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

25/11, Primeira Exibição às 16h / Segunda Exibição às 18h
Projeto Fala Negra
Exibição do Vídeo Documentário “100 Anos de Solano Trindade” de Helder Vieira e Alessandro Guedes.
Local:
Núcleo da Cultura Afro-Brasileira, Casa 34, Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232-2993

25/11 às 19h
Terça Negra Especial
Maracatu Cambinda Estrela, Afoxé Alafin Oyó e
Afoxé Ylé de Egbá
Local:
Pátio de São Pedro, Centro do Recife
Informações:
(081) 3232.2993

26, 27 e 28/11 das 14h às 19h
V Seminário da Consciência Negra: “Cem Anos de Solano Trindade”
Local:
Livraria Cultura, ao lado do Paço Alfândega, Bairro do Recife
Inscrições gratuitas
Informações:
(081) 3232.2993

29/11 às 14h
Encontro de Dança Afro das Escolas de Ensino do Município do Recife
Local:
Av. Alfredo Lisboa, Armazém 14, Recife Antigo
Informações:
(081) 3232.5956

01/11 - Morte do escritor Lima Barreto / 1922























Lima Barreto
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro a 13 de maio de 1881 e morreu na mesma cidade a 1.° de novembro de 1922. Filho de um tipógrafo da Imprensa Nacional e de uma professora pública, era mestiço de nascença e foi iniciado nos estudos pela própria mãe, que perdeu aos 7 anos de idade.
Fez seus primeiros estudos e, pela mão de seu padrinho de batismo, o Visconde de Ouro Preto, ministro do Império, completou-os no Ginásio Nacional (Pedro II), entrando em 1897 para a Escola politécnica, pretendendo ser engenheiro. Teve, porém, de abandonar o curso para assumir a chefia e o sustento da família, devido ao enlouquecimento do pai, em 1902, almoxarife da Colônia de Alienados da Ilha do Governador. Nesse ano, estréia na imprensa estudantil. A família muda-se para o subúrbio do Rio de Janeiro, Engenho de Dentro, onde o futuro escritor resolve candidatar-se a um cargo vago na Secretaria da Guerra, mediante concurso público, tendo passado em 2.° lugar e ocupado a vaga, por desistência do 1.° colocado, 1903.

Com o modesto salário, passa a residir com a família em Todos os Santos, em casa simples, e na qual, em 1904, inicia a primeira versão do romance Clara dos Anjos. No ano seguinte começa o romance Recordações do escrivão Isaías Caminha, publicado em Lisboa em 1909. Publica, também, uma série de reportagens no jornal Correio da Manhã. Inicia o romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, publicado apenas em 1919. Colabora na revista Fon-Fon e, com amigos, lança em fins de 1907 a revista Floreal, que sobreviveria com quatro números apenas, mas que chamou a atenção do crítico literário José Veríssimo. Nessa época, dedica-se à leitura na Biblioteca Nacional dos grandes nomes da literatura mundial, dos escritores realistas europeus de seu tempo, tendo sido dos poucos escritores brasileiros a tomar conhecimento e ler os romancistas russos.
Em 1910, faz parte do júri no julgamento dos participantes do episódio chamado "Primavera de sangue", condenando os militares no assassinato de um estudante, sendo por isso preterido, daí para frente, nas promoções na Secretaria da Guerra. Em 1911, em três meses, escreve o romance Triste fim de Policarpo Quaresma, publicado em folhetins no Jornal do Comércio, onde escreve, e também na Gazeta da Tarde. Publica, em 1912, dois fascículos das Aventuras do Dr. Bogoloff, além de dois outros livretos de humor, um deles pela revista O Riso.
O vício da bebida começa a manifestar-se nele, porém não o impede de continuar a sua colaboração na imprensa, iniciando em 1914 uma série de crônicas diárias no Correio da Noite. O jornal A Noite publica em folhetins, em 1915, seu romance Numa e a ninfa, e Lima Barreto inicia longa fase de colaboração na revista Careta, em artigos políticos sobre variados assuntos. Nos primeiros meses de 1916 aparece em volume o romance Triste fim de Policarpo Quaresma, que reúne também alguns contos notáveis como "A Nova Califórnia" e "O homem que sabia javanês", tendo boa acolhida por parte da crítica que vê em Lima Barreto o legítimo sucessor de Machado de Assis. Passa a escrever para o semanário político A.B.C.. Em julho de 1917, após internação hospitalar, entrega ao seu editor, J. Ribeiro dos Santos, os originais de Os Bruzundangas, sátiras, somente publicado em 1922, um mês após a morte do autor.
Candidata-se à vaga na Academia Brasileira de Letras, mas seu pedido de inscrição não é sequer considerado. Lança a 2. edição do Isaías Caminha e, em seguida, o romance Numa e a ninfa, em volume. Passa a publicar artigos e crônicas na imprensa alternativa da época: A Lanterna, A.B.C. e Brás Cubas, que publica um artigo seu, em que manifesta simpatia pela causa revolucionária russa. Após o diagnóstico de epilepsia tóxica, é aposentado em dezembro de 1918, mudando-se para outra casa na Rua Major Mascarenhas, em Todos os Santos, onde irá residir até morrer.
Em inícios de 1919, suspende a colaboração no semanário A.B.C., por ter a revista publicado um artigo contra a raça negra, com o qual não concordava. Põe à venda o romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, por ele próprio revisto e mandado datilografar pelo editor, Monteiro Lobato, tendo sido o único de seus livros a passar por tais cuidados normais de publicação, e pelo qual recebe bom pagamento e promoção, além do aplauso de velhos e novos expoentes da crítica, como João Ribeiro e Alceu Amoroso Lima. Nesse clima, candidata-se em segunda vez a uma vaga na Academia de Letras - desta vez, aceita, -, não conseguindo, porém, ser eleito, mas tendo o voto permanente de João Ribeiro. Sob o título "As mágoas e sonhos do povo", passa a publicar semanalmente, na revista Hoje, crônicas ditas de folclore urbano, reiniciando a colaboração na Careta, em segunda fase, só interrompida por sua morte.
Em 1919, de dezembro a janeiro de 1920 é internado no hospício, devido a forte crise nervosa, resultando a experiência nas anotações dos primeiros capítulos da obra O cemitério dos vivos, memórias somente publicadas em 1953, juntamente com as do Diário íntimo, num mesmo volume. Em dezembro de 1920, concorre ao prêmio literário da Academia Brasileira de Letras para o melhor livro do ano anterior, inscrevendo o Gonzaga de Sá, que veio a receber menção honrosa. No mesmo mês é posto à venda nas livrarias o volume de contos Histórias e sonhos, e entrega ao editor F. Schettino, seu amigo, os originais de Marginália, reunindo artigos e crônicas já publicados na imprensa periódica e, que se perderiam, sendo o volume editado apenas em 1953, post mortem.
O Cemitério dos vivos tem um trecho publicado, em janeiro de 1921, na Revista Souza Cruz, sob o título "As origens", memórias manuscritas não completadas pelo autor. Em abril, faz uma viagem à pequena cidade de Mirassol, no Estado de São Paulo, onde um médico amigo e escritor, Ranulfo Prata, tenta a regeneração clínica de Lima Barreto, mas em vão. Com a saúde já bastante abalada, a doença força a sua reclusão na casa modesta de Todos os Santos, onde os amigos vão visitá-lo e sua irmã Evangelina se desvela em cuidados por ele. Mas, sempre que pode, continua a sua peregrinação pela cidade que ama, reservando a leitura, a meditação e a escrita para casa, apesar da presença constante da loucura do pai, tornada real pelas crises cada vez mais repetidas.
Em julho de 1921, pela terceira vez, candidata-se à vaga na Academia de Letras, retirando, porém, a mesma, por "motivos inteiramente particulares e íntimos". Entrega ao editor os originais de Bagatelas, no qual reúne a sua maior produção na imprensa, ou seja, a que vai de 1918 a 1922, em que evidencia com rara visão e clareza os problemas do país e do mundo do pós-guerra. Bagatelas, entretanto, só apareceria em 1923. Publica na Revista Souza Cruz de outubro-novembro de 1921 a conferência "O destino da literatura", que não chegara a pronunciar na cidade de Rio Preto, próximo a Mirassol. Em dezembro inicia a segunda versão do romance Clara dos Anjos, terminado em janeiro seguinte. Os originais de Feiras e mafuás são entregues para publicação, mas somente em 1953 seriam editados.
Em maio de 1922, a revista O Mundo Literário publica o primeiro capítulo de Clara dos Anjos, "O carteiro". Tendo a sua saúde declinada mês a mês, agravada pelo reumatismo, pela bebida e outros padecimentos, Lima Barreto morre em 1.° de novembro de 1922, vitimado por um colapso cardíaco. Em seus braços, é encontrado um exemplar da Revue des Deux Mondes, sua preferida e que estivera lendo. Dois dias depois é a vez de seu pai. Encontram-se sepultados no cemitério de São João Batista, onde o escritor desejou ser enterrado.
Em 1953, uma editora lançou alguns volumes inéditos de sua obra. Porém, somente em 1956, sob a direção de Francisco de Assis Barbosa, com a colaboração de Antônio Houaiss e M. Cavalcanti Proença, toda a sua obra em 17 volumes foi publicada, compreendendo todos os romances citados e também os títulos não publicados em vida do autor, e que são: Os bruzundangas, Feiras e mafuás, Impressões de leitura, Vida urbana, Coisas do reino de Jambon, Diário íntimo, Marginália, Bagatelas, O cemitério dos vivos e mais dois volumes que contêm toda a sua correspondência, ativa e passiva. Nas décadas seguintes Lima Barreto tem sido alvo de estudos, tanto no Brasil como no exterior. Suas obras, romances e contos, têm sido traduzidos para o inglês, francês, russo, espanhol, tcheco, japonês e alemão. Teses de doutoramento o tiveram como tema nos Estados Unidos e na Alemanha. Congressos e conferências foram realizadas em todo o Brasil, por ocasião do seu centenário de nascimento (1981), resultando inúmeros livros publicados, entre ensaios, bibliografias e estudos psicológicos do autor e sua obra. Há, presentemente, um desabrochar de interesse entre os novos escritores brasileiros em favor da obra de Lima Barreto, tido como o pioneiro do romance social, e cuja produção literária - vasta, em proporção ao número de anos que viveu - ganha, a cada dia, o merecido destaque que lhe é devido.
CRONOLOGIA
1881 - Afonso Henriques de Lima Barreto nasce no Rio de janeiro, a 13 de maio Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas.
1887 - Em dezembro, morre sua mãe, de tuberculose galopante.
1888 - Abolição da Escravatura.
1889 - Proclamação da República.
1890 - Instalação da Assembléia Nacional Constituinte.
1891 - Deodoro da Fonseca fecha o Congresso Nacional; contragolpe de Floriano Peixoto leva-o ao poder para restaurar a ordem constitucional.
1893 -  A Armada revolta-se no Rio; Revolução Federalista no Sul.
1894 - Prudente de Morais assume a presidência da República.
1895 -  Morre Floriano Peixoto. Concluída a instrução primária, Lima Barreto entra para o Ginásio Nacional.
1896 - Conclui os primeiros preparatórios no Colégio Paula Freitas.
1897 - Ingressa na Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
1898 - Campos Sales inicia seu governo como presidente da República.
1902 - Rodrigues Alves assume o poder e começa a reconstruir e sanear o Rio de Janeiro. Lima Barreto colabora em jornais acadêmicos, escrevendo para A Lanterna, a convite de Bastos Tigre.
1903 - O pai enlouquece e Lima Barreto é obrigado a deixar a faculdade para sustentar a família. Ingressa como amanuense na Secretaria da Guerra.
1905 - Passa a trabalhar como jornalista profissional, escrevendo uma série de reportagens para o jornal Cor reio da Manhã.
1907 - Funda no Rio a Revista Floreal.
1909 - Morte de Afonso Pena; Nilo Peçanha o substitui. Aparece em Lisboa o romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha, publicado pelo editor M. Teixeira.
1910 - Hermes da Fonseca inicia o governo das "salvações nacionais" .
1911 - O Jornal do Commercio começa a publicar em folhetins o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma.
1912 - Lima Barreto colabora no jornal A Gazeta da Tarde, onde publica, além de relatos folhetinescos, a sátira Numa e a Ninfa.
1914 - Venceslau Brás chega ao poder em meio a grave cri se econômica. Em agosto, Lima Barreto é recolhido pela primeira vez ao hospício.
1916 - Abusando do álcool e levando uma vida desregrada, é internado para tratamento de saúde, interrompendo sua atividade profissional e literária.
1917 - Crises e greves operárias alastram-se pelo país. Li ma Barreto atua na imprensa anarquista, apoiando a plataforma libertária dos trabalhadores.
1918 - Por ter sido considerado "inválido para o serviço público", e aposentado de seu cargo na Secretaria da Guerra.
1919 - Epitácio Pessoa assume a presidência da República. Aparece o romance Vida e Morte de M. F. Gonzaga de Sá. Lima Barreto é novamente recolhido ao hospício.
1922 - Semana de Arte Moderna em São Paulo; Lima Barreto morre em sua casa, no Rio de Janeiro, de colapso cardíaco.

Obras
Romances
Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909); Triste fim de Policarpo Quaresma (1915); Numa e a ninfa (1915); Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919); Clara dos Anjos (1948).
Sátira
Os bruzundangas (1923); Coisas do Reino do Jambom (1953).
Conto
Histórias e sonhos (1920); Outras histórias e Contos argelinos (1952).
Artigos e crônicas
Bagatelas (1923); Feiras e mafuás (1953); Marginália (1953; Vida urbana (1953).
Outros
Diário íntimo (memória) (1953); O cemitério dos vivos (memória) (1953); Impressões de leitura (crítica) (1956); Correspondência ativa e passiva (1956).