sexta-feira, 1 de outubro de 2010

01/10 PUC- Criação do Neafro "Grupo de Pesquisa Relações Raciais: Memória, Identidade e Imaginário".

Grupo de Pesquisa
Relações Raciais: Memória, Identidade
e Imaginário
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo vem sendo palco de
inúmeros debates provocados por professores, estudantes e
funcionários sobre a população afro-descendente, a cultura afrobrasileira,
as políticas de ações afirmativas e também as relações
entre África e Brasil.
Na realidade, essas temáticas discutidas não são uma novidade para
os espaços puquianos, pois, nos anos 70, constituiu-se o Grupo Negro
da PUC-SP. No final dessa mesma década, Abdias do Nascimento,
senador e ícone do Movimento Negro Brasileiro, estruturou na PUCSP,
o IPEAFRO – Instituto de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiras. O
NEAFRO surge nos anos 80 e não é por acaso que, nessa mesma
época, a PUC-SP abriga o 1º Congresso Africano das Américas, com
repercussão internacional. A PUC-SP havia se tornado um nicho
acolhedor para a população afro-descendente.
O GNPUC, o IPEAFRO e o NEAFRO desenvolveram estudos sobre a
população afro-descendente e sua cultura, focando especialmente as
relações raciais, participando e realizando eventos que tirassem o
negro da invisibilidade em que então vivia até os anos 90.
No entanto, nessa mesma época, no interior da Faculdade de Ciências
Sociais, aos sábados à tarde, um grupo pequeno de alunos começa a
se reunir para discutir relações raciais e cultura afro-brasileira. Em
1994, esse grupo veio para o Programa de Estudos Pós-Graduados em
Ciências Sociais e continuou se reunindo todas as semanas.
Durante 10 anos o grupo viveu informalmente. Em 2000, por
exigência do CNPq, foi constituído o diretório de pesquisa: Relações
Raciais: Memória, Identidade e Imaginário que forma alunos deGrupo de Pesquisa. Relações Raciais: Memória Identidade e Imaginário
ponto-e-vírgula 5 270
Graduação – bolsas CEPE e CNPq; Pós Graduação: Mestrado e
Doutorado na temática discutida acima.
Cinco anos depois, isto é, em 2001, a PUC-SP abrigou o Ampliando as
Falas Pretas, um projeto desenvolvido pela coordenação do Grupo de
Pesquisa Relações Raciais: Memória, Identidade e Imaginário,
localizado no Programa de Estudos Pós-Graduados, na Faculdade de
Ciências Sociais, e a ONG As Falas Pretas! Tal projeto, financiado pela
Fundação Ford, ofereceu diretamente a 11 alunos do curso de
História e a 7 alunos do curso de Ciências Sociais, todos eles afrodescendentes,
um programa voltado à formação de pesquisadores
desenvolvido através de tutores das áreas de Português, História e
Ciências Sociais, além de oferecer seminários, palestras e atividades
culturais para todos os alunos interessados.
Os números e a qualidade das dissertações e teses que tratam das
relações raciais, da população afro-brasileira e de sua cultura
merecem destaque. Em 2005, ganhamos o Projeto Temático Fapesp
em conjunto com o CEERT, o que possibilitou para o nosso Núcleo 10
bolsas de Iniciação Científica e duas bolsas de Especialização Fapesp.
Assim o Núcleo se ampliou com alunos da Graduação em Ciências
Sociais, História e Letras.
É surpreendente como novos alunos procuram o grupo para
participar. Essa demanda, provavelmente, está ligada à possibilidade
de estudo e pesquisa sobre Relações Raciais e Cultura Afro-Brasileira.
Mas, a impressão que nos dá é que o Núcleo Relações Raciais:
Memória, Identidade e Imaginário constitui-se em um grupo de
sociabilidade intensa.
A PUC-SP surge assim no cenário brasileiro como a única
universidade privada com longa tradição de prestação de serviços de
natureza comunitária, inclusive atuando em alguns casos (inclusão de
índios, negros e pobres) como se fosse pública. Essa atuação não é
conhecida só internamente, mas ganha rapidamente o espaço público.Grupo de Pesquisa. Relações Raciais: Memória Identidade e Imaginário
ponto-e-vírgula 5 271
Dessa forma, o grupo de pesquisa que trata desta temática como o de
Relações Raciais: Memória, Identidade e Imaginário tornou-se centro
de referência e é procurado por alunos e professores do Brasil e do
exterior.
É devido às nossas experiências que, de alguma maneira,
acompanham a história da PUC-SP, que o núcleo de Relações Raciais:
Memória, Identidade e Imaginário continua a acolher alunos e
professores interessados na temática das relações raciais e da cultura
afro-brasileira.
Além das pesquisas realizadas pelos mestrandos, doutorandos,
bolsistas de iniciação cientifica e pós-doc, o grupo desenvolve dois
projetos. O primeiro, relacionado à produção de um livro, um CD e
um colóquio e o segundo, que contemplará a criação de um curso
relativo a Lei 10.639/2003.
Nos meses de maio e novembro, o grupo costuma realizar eventos que
tanto celebram a cultura afro-brasileira como denunciam a situação
do negro no Brasil. Em maio de 2009, realizamos dois eventos que se
relacionaram às políticas culturais e às mulheres negras. Os eventos
contaram com a presença do presidente da Fundação Cultural
Palmares Zulu Araújo e das professoras Eliane Borges e Eunice
Prudente.
Destaca-se, ainda, que o grupo reúne-se semanalmente às quartasfeiras,
das 17h às 19h.
Profa. Dra. Teresinha Bernardo
Coordenadora



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