terça-feira, 27 de março de 2012

O que é o Dia da Consciência Negra?

O que é o Dia da Consciência Negra? Celebrado no dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra homenageia e resgata as negras raízes do povo brasileiro. Escolhido por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, ele é dedicado à reflexão sobre presença do negro na sociedade brasileira. "O Dia da Consciência Negra sinaliza a ideia do marco, marca o valor da conquista da liberdade deste grupo", explica Roseli Fischmann, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Metodista, de São Bernardo do Campo, na região metropolitana da capital paulista. O dia da Consciência Negra também põe em pauta a importância de discutir a temática negra na escola. A inclusão de assuntos ligados à África e ao povo negro na educação formal é uma das estratégias para reconhecer a presença desse grupo na história do Brasil - os negros correspondem a 6,8% da população brasileira segundo o IBGE, mas os chamados "pardos" chegam a um número próximo da metade da população brasileira. Não à toa, escolas e instituições diversas já reconhecem a importância de trabalhar a cultura negra em seu dia a dia. Hoje, a lei brasileira obriga as escolas a ensinarem temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecem que a diversidade cultural do país deve ser trabalhada no âmbito escolar. "A sociedade em que vivemos valoriza outro estereótipo, o que resulta na invisibilização do negro. Isso tem um efeito bastante perverso: as crianças negras nunca se vêm e o que elas olham é sempre diferente delas", explica Roseli, que coordenou o grupo responsável pelo documento sobre Pluralidade Cultural nos PCNs. "A pluralidade cultural é um tema que pode ser abordado de forma transversal, em várias disciplinas", conclui. Estratégias simples, como a introdução de bonecas negras, podem ter um efeito positivo para reforçar a identificação cultural dos alunos negros. "Revelar a África pela própria visão africana também surte efeito. O continente produz cultura, histórias e mitologia, o que a perspectiva eurocêntrica não nos deixa ver", diz Oswaldo de Oliveira Santos Junior, pesquisador do Núcleo de Educação em Direitos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo. Veja a seguir como pais e professores podem fazer sua parte na valorização da Consciência Negra. Leia mais: Filme que traça panorama da história dos negros no Brasil ajuda professores a abordarem a cultura africana na escola.

O presente artigo é fruto de inquietações pessoais sobre a participação do negro no esporte, sua inserção, sua trajetória, sua naturalização para alguns esportes e suas dificuldades para outros, bem como contribuir para a desconstrução de algumas identidades que ainda o acompanham, no mundo esportivo.

O presente artigo é fruto de inquietações pessoais sobre a participação do negro no esporte, sua inserção, sua trajetória, sua naturalização para alguns esportes e suas dificuldades para outros, bem como contribuir para a desconstrução de algumas identidades que ainda o acompanham, no mundo esportivo. Lewis Hamilton y Jesse Owens Contribuíram para a construção desta pesquisa e das linhas orientadoras, para compreender e problematizar a trajetória esportiva do negro: minha experiência como professor da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre e os conhecimentos adquiridos como integrante do grupo de estudos F3P-EFICE (Grupo de estudos qualitativos e formação de professores e práticas pedagógicas em Educação Física e Ciências do Esporte). Alem das questões mencionadas, também tiveram significativa importância, neste estudo, o gosto particular pelo esporte e minha negritude, na investigação dos discursos que estão produzindo os atletas negros no esporte e as representações sobre esse sujeito, no decorrer da história. A leitura do artigo de Eloy Dias dos Angelos, O negro na sociedade atual: os seus anseios, sonhos e perspectivas, também teve forte influência na escolha pelo assunto, sendo muito reforçada por este comentário de Angelos (1988, p. 20-21): “Na Universidade, quando da elaboração de trabalhos de conclusão de curso, o universitário, principalmente o universitário negro, pode e deve voltar-se para a abordagem de assuntos e temas que tenham a marca inconfundível das nossas raízes e origens, dos nossos problemas e lutas, tensões e sonhos, perplexidades e reivindicações”. Os pontos destacados aumentaram meu interesse e minha vontade de escrever sobre o tema, procurando desnaturalizar a imagem do indivíduo negro como atleta, trazendo uma releitura sobre o assunto e discorrendo sobre como se deu a produção histórica a priori do personagem negro no esporte. O objetivo de trazer alguns pontos sobre a questão do negro no esporte para serem desenvolvidos neste artigo, é enfocar quais os mecanismos sociais e culturais que produziram as representações das pessoas negras e como se engendraram as identidades atribuídas ao negro no esporte. É possível observar a influência dos discursos científicos que colocaram o atleta negro num espaço limitado de atuação, pelos seus veredictos. É importante a cisão dos olhares dogmáticos sobre as representações do “corpo” de homens e mulheres de origem negra no esporte, além de compreender que a ciência é muito importante para contribuir com algumas respostas, mas, não deve ser colocada em um lugar de verdade absoluta, sendo que este contexto foge ao seu domínio e a deixa sem a resposta final para muitos questionamentos. Outrossim, trata-se de mais uma contribuição no processo de compreensão deste tema. O artigo está organizado, primeiramente, dentro de um cunho histórico, que localiza o sujeito negro e suas oportunidades de trabalho, mediante o processo de industrialização no Brasil, a partir do início do século passado, considerando-se que a questão do trabalho foi crucial para sua trajetória socioeconômica e a busca de guarida no esporte. Também, serão abordadas questões pertinentes à capoeira, como manifestação cultural e como, outrora, mecanismo de resistência do negro, frente à expropriação de sua liberdade de expressão. A cultura também trouxe às pessoas negras muitas representações iníquas, que se transformaram em identidades, que atravessaram o tempo e a história e persistem até a contemporaneidade. E, por último, apresenta-se a primeira representação do negro com a Educação Física no Brasil - o que se deu no início do século XX e se estendeu até o período governamental chamado Estado Novo - e como vem ocorrendo o processo de ruptura do sujeito negro, frente aos discursos científicos em nome da cultura do movimento. Esta temática é muito escassa no arcabouço da Educação Física; acredita-se na importância da abordagem focada no sujeito negro, o que contribui significativamente com o esporte mundial, mas, que busca estar em outros cenários e, por isso, vem quebrando com muitos discursos que o colocam dentro de um espaço exíguo de atuação. Sendo o esporte um produto cultural muito divulgado, torna-se um dos maiores fenômenos sociais dos últimos tempos, mobilizando a grande mídia, as grandes empresas de marketing e a opinião pública. O negro e a transição do trabalho agrícola-artesanal para o urbano-industrial Após a inserção do sujeito negro no mundo ocidental, as representações que foram produzidas a seu respeito e o processo de injunção de identidades a que foi submetido, especificaram-no em alguns esportes e, em outros, não. O desempenho dos africanos e afro-descendentes em determinados esportes, de forma marcante, vem despertando o interesse do mundo e das pessoas que estudam o fenômeno esportivo. Altman (2000) acredita que os atletas negros, no século XXI, arrebatarão todas as medalhas olímpicas, tanto nas provas de velocidade, quanto de resistência. Mas, como se deu essa progressão dos(as) negros(as) no esporte? Que condições sociais se engendraram para que se desse esse crescimento nas esferas esportivas, e por que viés a Educação Física teria sua participação, neste contexto? Busca-se, na história, os alicerces para tais investigações e, no advento da industrialização vinda da Europa para a América e, conseqüentemente, para o Brasil, é possível localizar a raiz. A escolarização - que vai se constituir em uma ferramenta importante no surgimento e no crescimento da industrialização - e o fim da escravidão promoveram a passagem do sistema de produção vigente, de agrícola-artesanal para urbana-industrial. Essa substituição produtiva foi ocorrendo lentamente e, com ela, se verifica a crescente especialização da mão-de-obra. No Brasil, essa nova realidade nas estruturas de trabalho acarretou uma maciça migração européia, em que o braço escravo foi substituído pelo imigrante e as oportunidades de trabalho nasciam no setor da indústria, que começava a se organizar. Nessa nova faceta do mundo do trabalho, o sujeito negro foi mantido à margem. Sobre essas relações, Gonçalves (1994) comenta que, no decorrer do processo de civilização e contínua racionalização, os indivíduos foram ficando cada vez mais independentes da comunicação empática corporal com o mundo, diminuindo sensivelmente seu potencial de percepção sensorial, seus sentimentos, sua espontaneidade nos movimentos e a mecanização de seus gestos. Assim, o sujeito negro ficou de fora da nova ordem tecnológica da produção e precisou buscar, em novas instâncias, seu meio de sobrevivência e de crescimento pessoal. Suas oportunidades de trabalho, durante muito tempo, foram outras, perfazendo grupos marginalizados, vendedores ambulantes nos grandes centros, empregadas domésticas, estivadores, carroceiros, tropeiros, dentre outros. Enfim, trabalhos em que a força era vista como elemento central. As novas técnicas fabris direcionaram o jeito de ser e de viver das populações, tendo nas revoluções tecnológicas a mola que impulsionou as sociedades a um novo crescimento ou, buscando outras formas de adequação, no caso em questão, para o contingente de pessoas negras. Esse período da história do Brasil, com a implantação da ORT (Organização Racional do Trabalho), nos comentários de Grando (1996), vai ao encontro da era Vargas, época de intensas mudanças sociais e trabalhistas, como também, culturais. No que se refere a esse aspecto, a capoeira volta ao cenário de atuação nacional, uma vez que se manteve afastada dos olhares da lei por muito tempo, servindo como forma de identificação e resistência corporal do negro. Os espaços destinados e ocupados pela população negra convergiram para a marginal das cidades, engendrando favelas, guetos e vilas. É desses cenários que vão se constituir grandes ícones do esporte mundial e que ainda continuam a surgir. Esses locais contribuíram com o esquema corporal de homens e mulheres, principalmente de origem negra, pois, tais territórios foram - e são - de grande ocupação dos afro-descendentes. A questão da territorialidade gerou estigmas de identificação e interesses comuns nas comunidades negras, por onde elas se formassem como: escolas, mutirões, associação, ligas de futebol, dentre outros. Conforme Endler (1984), um exemplo desse contexto territorial foi o que aconteceu na Porto Alegre de 1925, onde a colônia africana, hoje bairro Bonfim, fez surgir a famosa Liga da Canela Preta1; devido ao segregacionismo dos brancos, com relação à participação dos negros nos seus campeonatos de futebol, evidenciando-se a ocupação do negro na periferia da cidade e a busca e o estabelecimento de seu espaço lúdico, nos campos de futebol de várzea. A corporeidade do negro, frente ao mercado de trabalho, de certa forma, se apartou da coerção corporal a que foram submetidas as pessoas brancas dentro das indústrias alienantes, já que seu corpo serviu de resistência contra a domesticação dissimulada do uso social e político do corpo, tendo bastante ênfase na música, na dança e, principalmente, no esporte. Como comentado anteriormente, as oportunidades de trabalho dos negros, comparadas com a população branca, foram diferentes, sendo, em sua maioria, em trabalhos informais que ainda guardavam reminiscências da proximidade com o pós-escravidão. História, cultura e produção de identidade É inegável que a capoeira teve um papel preponderante na história cultural dos afro-descendentes no Brasil, além de representar uma atividade corporal que ia além do aspecto de uma técnica de luta, serviu, no período colonial, como uma forma estratégica de resistência física e cultural contra a escravidão. Segundo Reis (1997), a capoeira, no Brasil, esteve vetada durante muito tempo pelo decreto número 487, de outubro de 1890. Nele, percebe-se a produção de algumas representações que geraram identidades no sujeito negro, a partir dos efeitos de verdade que elas produziram no pós-cativeiro, como: formadores de bando ou malta, vadios, malandros, desordeiros, preguiçosos, etc.. Todas essas representações passaram a conviver com os afro-descendentes, frente à sociedade brasileira, que queria um negro dócil e comportado e que aceitasse a condição de inferioridade. Já na América do Norte, os negros, no período escravagista, foram coibidos de manifestar sua cultura corporal na forma de dança, assim como na religião, sendo que, nessa última, deu-se o processo de aculturação. Esses aspectos levaram ao entoar de cânticos, como expressão de desgosto, frente à situação de penúria da condição escrava. Nos estudos de Oliveira (2001), os negros spirituals, como foram chamados os cativos boreais, deram início à forma de lamento chamado blus, um tipo de canção que se popularizou por todo o mundo. Traçando um paralelo dos negros brasileiros e estadunidenses, pode-se notar uma maior vinculação cultural dos brasileiros, principalmente para o futebol, a dança e, também, a música. Já entre os norte-americanos, para o basquete, o atletismo e, fundamentalmente, a música. De certa forma, existe uma semelhança, quanto às manifestações corporais na prática dos esportes e em nível artístico, sendo necessário frisar que essas identidades foram reforçadas, frente às circunstâncias sociais desfavorecidas e às oportunidades a que os negros foram submetidos, ao longo da história. Tal situação, de certa forma, colocou a população negra na dependência direta com seu corpo, ou seja, os negros necessitaram adquirir um corpo forte para o trabalho pesado, no qual se viram inseridos pelo processo de exclusão social. Os locais destinados às pessoas negras, com o desenvolvimento sociocultural, fomentaram os discursos das identidades sociais, culturais e esportivas. E, como comenta Capoeira (1996, p. 42): “é exatamente por ter sido sempre tratado como corpo que encarna exclusivamente trabalho que este lado da cultura africana se viu reforçado para que se estruturasse estrategicamente, visando à preservação e ao fortalecimento do corpo como instrumento de transmissão de cultura”. No Brasil, desde os tempos de Rui Barbosa, a cultura européia foi idealizada pelas elites vigentes, como modelo de uma sociedade burguesa que inspiraria o ideal de liberdade e um espírito revolucionário nos trabalhadores brasileiros e teve guarida no período do Estado Novo. A população negra, há pouco saída da condição de escrava, era produzida como desqualificada e analfabeta para os sonhos de crescimento da nova ordem, de cunho positivista; branquear a população transformou-se em um imperativo para o ideário da nação. Essas asserções estão fortemente veiculadas nos comentários de Soares (1994, p. 105), aos emigrantes, que diz: “A imigração atendia a duas preocupações básicas desta nova classe do poder. De um lado dava conta do trabalho, propriamente dito, de modo mais ‘competente’ e até certo ponto criativo, e de outro contribuía para aumentar, no Brasil, a população branca, ainda pequena no final do império”. A autora ainda continua seus comentários sobre os imigrantes e traça uma comparação entre a população brasileira, de maioria negra, na qual inculca passividade e uma servilidade imanada no seu ser, enquanto o imigrante, afirma Soares (1994, p. 104-105), “[...] contribuiu de modo decisivo para viabilizar no Brasil a construção da nova ordem. Foi por assim dizer, o motor do estágio de desenvolvimento capitalista no Brasil naquela época. De um outro lado fez nascer, no pequeno operário brasileiro, as idéias de liberdade, as idéias revolucionárias, as idéias de luta”. As dificuldades encontradas pelos afro-descendentes, até a metade do século passado, ganharam dimensões sociais, culturais e ideológicas que estabeleceram inúmeros discursos, dizendo da incapacidade dos sujeitos negros para o processo de produção, dentro de uma filosofia capitalista que emergia e as traduções em identidades, com as mais variadas atribuições de cunho negativo. Nessa esteira, a Educação Física emergia no Brasil, no início do século XX, como meio de consubstanciar as medidas de melhoria da “raça” da população brasileira, que possuía um grande contingente de população negra e a ela atribuíam comportamentos de servidão e analfabetismo, que dificultariam a escalada do progresso emergente do país. A formação da identidade negra no esporte As representações produzidas sobre as pessoas negras traduziram-se em identidades que se delimitaram em determinados espaços, sendo o esporte, um exemplo “prático” e teórico, em que ser negro era um rótulo a determinadas modalidades. Nos últimos anos, como observa Hall (2001), as velhas identidades - que, por tanto tempo, balizaram as sociedades no mundo - estão decaindo, dando lugar a novas identidades e fragmentando os indivíduos. Dentro desse processo, vem ocorrendo a quebra de vários conceitos pré-julgadores e muitos indivíduos de descendência negra vêm se destacando em esportes para os quais eram desestimulados, como: o vôlei, por algum tempo, o tênis, a natação, o golfe e a Fórmula 1, dentre outros. Sabe-se que, após o término em definitivo da escravidão em nosso país, em 1888, o contingente de pessoas negras era muito alto nas nossas maiores cidades, sobretudo, na região sudeste, tendo as pessoas negras convivido com um processo de estagnação em ambientes e labores mais insalubres possíveis, pelo descaso social a que foram relegados. Ideais fundados no darwinismo social - crença que, segundo Diwan (2007), se originou da interpretação das teorias de Darwin para as sociedades humanas, nas quais só o mais apto sobreviveria - vieram ao encontro de teorias econômicas e sociais que justificaram o comportamento humano em sociedade e trouxeram a filosofia de que a raça negra era um atraso para as populações multirraciais, mentalidade que se espalhou da Europa para o resto do mundo. Alicerçado nesses conceitos antropológicos da época, Marques(1994) comenta que Gobineau, embaixador francês no Brasil, foi o precursor da teoria pseudocientífica de superioridade da raça nórdica sobres as demais, alegando que o Brasil era formado por raças inferiores. Essa concepção, conforme Grando(1996), serviu como meio utilitarista para construir cidadãos fortes e obedientes para o trabalho e para gerar filhos saudáveis. Tais idéias serviram como contraponto a um corpo socialmente pobre, para consubstanciar o corpo preterido como representante de uma burguesia cheia de antagonismos raciais e sociais. Nesta abordagem, é manifestado o princípio de uma identidade nacional do Brasil em formação: disciplina, ordem e racionalismo. Essa esteira encharcou os demais segmentos da sociedade brasileira, marginalizou o negro como cidadão e o rotulou como uma parcela inferior na sociedade. A ciência, através da medicina higienista e eugênica, estabeleceu discursos biológicos raciais sobre pilares infundáveis de superioridade de uma raça sobre outras e fomentou a política para a produção de proles saudáveis, cujo objetivo era incentivar a mestiçagem que, com o passar do tempo, iria embranquecendo. Foi um período conhecido como teoria do embranquecimento, sob a perspectiva de que o mestiço procuraria se unir sempre com uma pessoa mais clara, afastando-se da união com os negros; o sujeito negro ficou com a representação de um elemento nocivo para uma utopia racial ao estilo brasileiro. Sob esse intercâmbio sociocultural, Bourdieu (1998, p. 124) diz que: “Quando os dominados nas relações de força simbólicas entram na luta em estado isolado, como é o caso nas interações da vida quotidiana, não têm outra escolha a não ser o da aceitação (resignada ou provocante, submissa ou revoltada) da definição dominante da sua identidade ou da busca da assimilação a qual supõe um trabalho que faça desaparecer todos os sinais destinados a lembrar o estigma (no estilo de vida, no vestuário, na pronúncia, etc.) e que tenha em vista propor, por meio de estratégias de dissimulação ou de embuste, a imagem de si o menos afastada possível da identidade legítima”. Sob essa égide, o sujeito negro precisou encontrar seus esquemas de ações, sua maneira de agir, suas estratégias de convivência com as condições sociais da época, no que Bourdieu (1998) chamou de Habitus, ou seja, o habitus seria o elo mediador entre a práxis individual e as representações sociais vigentes. Afirma, ainda, que o habitus é uma subjetividade socializada, da mesma forma que as percepções, a auto-estima, os desejos, as aspirações e os anseios da população negra estavam dependentes da estimulação do contexto social. Educação Física: uma aproximação ao discurso étnico-racial O ingresso da Educação Física em nosso país, conforme Soares (2004), por volta do início do século XX, veio consubstanciar uma nova ordem emergente da sociedade brasileira, a mando de uma elite burguesa. A higienização e a eugenia demandaram uma proposta de reciclagem do povo brasileiro; as várias afecções e hábitos de vida da maioria da população mobilizaram uma nova política social no Brasil, delegando aos médicos higienistas as medidas de profilaxia para conter e reverter tal quadro. Nesse ponto de vista, Soares (2004, p.18) afirma que “[...] a Educação Física aparecerá vinculada aos ideais eugênicos e de regeneração e embranquecimento da raça, figurando em congressos médicos, em propostas pedagógicas e em discursos parlamentares”. Ainda para Soares (2004), os ideais higienistas se valeram da “ginástica” (grifo meu) como ação pedagógica em sua política social para a construção de um corpo forte, que representasse a raça branca como superior e formadora da classe social dominante em nosso país. A Educação Física, aos poucos, foi adentrando no país; em 1931 torna-se obrigatória, por lei, a sua prática nas escolas secundárias, como promotora da saúde física, da educação moral e da regeneração da raça. Adotou-se, primeiramente, o método francês ou militar, que buscava eficiência nos movimentos, de forma racional e metódica, visando obter qualidades físicas e morais do indivíduo, de forma disciplinada. A institucionalização da Educação Física no ensino brasileiro veio atender aos discursos eugênico e autoritário do Estado, nos anos de1930, quando , também, foi intensa a entrada de livros e artigos, de cunho eugênico, de autores estrangeiros, como o periódico de Irving Fischer, A nova educação física, destacado por Catarino Filho (1982, p. 168-169): “A nova educação física deverá formar um homem típico que tenha as seguintes características: talhe mais delgado que cheio, gracioso de musculatura, flexível, de olhos claros, pele sã, ágil, desperto, erecto, dócil, entusiasta, alegre, viril, imaginoso, senhor de si mesmo, sincero, honesto, puro de atos e de pensamentos, dotado com o senso de honra e da justiça, comparticipando do companheirismo de seus semelhantes e levando o amor de Deus e dos homens no coração”. A medicalização social destaca o poder atribuído à classe médica nessa época e a conexão feita com a Educação Física e com os conceitos de saúde e sua conseqüente biologização, nesse período até os dias de hoje. Também, é de se observar que o poder médico citado era alicerçado pelo saber biológico, instituidor de verdades sobre os corpos, chamado por Foucault, em seus estudos, de biopoder. A cultura racial vigente sob a égide da eugenia colocou a população negra como base inferior de uma pirâmide racial que tinha os anglo-saxões ou arianos na extremidade superior, determinando os pressupostos raciais para as esferas esportivas, chegando até os jogos de Berlim, em 1936, em pleno regime nazista, para a concretização, no esporte, da superioridade ariana pregada por Hitler. Outrossim, contemplou-se, neste evento, um atleta negro se destacando e rompendo com a representação de superioridade ariana no esporte sobre outras raças e etnias, na história dos jogos Olímpicos. Jesse Owens: a performance esportiva De acordo com Hall (2003, p. 131): “O que importa são as rupturas significativas – em que velhas correntes de pensamento são rompidas, velhas constelações deslocadas e elementos novos são reagrupados ao redor de uma nova gama de premissas e temas”. Jesse Owens, o “antílope de ébano”, como ficou conhecido por sua grande velocidade, saiu da bacia do Mississipi, no sul dos Estados Unidos - onde foram cometidas muitas atrocidades em nome do preconceito racial contra os negros - e veio a ganhar quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim, em 1936, de 100 m rasos, 200m, revezamento 4X100m e salto em distância, causando a irritação de Hitler e sua propaganda nazista de superioridade da raça ariana. A performance de Jesse Owens quebrou um discurso secular de inferioridade das pessoas negras dentro do esporte, principalmente olímpico, e inspirou outros atletas negros a se lançarem no mundo do esporte; um deles foi Carl Lewis, considerado o sucessor de Owens, também vindo do Mississipi. Lewis também ganhou quatro medalhas de ouro em Seul, em 1988. O feito de Jesse Owens, até então, não tinha sido realizado por nenhum outro atleta de qualquer outra etnia. Esta conquista tornou-se um divisor de águas; um deles, foi o número cada vez maior de negros que começou a se destacar no atletismo mundial, de forma marcante, nas provas de velocidade e salto em distância, como também, superando, até então, a divisão de esporte de negros e esporte de brancos. A partir dos resultados de Jesse Owens e do avanço das técnicas de treinamento, a raça negra começou a ser vista como objeto de estudo pela ciência do esporte. O negro passa de uma concepção de inferior, dentro de um movimento evolucionista, darwiniano e eugênico, para a rotulação a certos esportes em que a questão econômica não era um empecilho, como: o atletismo, principalmente nas provas de velocidade, pois, mais tarde os atletas negros se destacariam, também, nas provas de meio fundo e fundo, boxe e o futebol. Na corrente de ascensão do treinamento esportivo, o esporte olímpico fugiu ao ideal do Barão de Cobertim, idealizador dos Jogos Olímpicos da era moderna. A "união entre os povos” era o que ele priorizava, mas, os jogos viraram uma disputa política dentro do esporte. O bloco socialista e o capitalista lutavam por uma superioridade dentro do campo esportivo. Esse período ficou conhecido como guerra fria, onde o primado no esporte era de quem possuía as melhores técnicas de treinamento e conseguia obter os melhores resultados. A fisiologia, a cinesiologia e a anatomia passaram a exercer papel preponderante nesta filosofia; surgem os princípios do treinamento esportivo que vigoram até hoje na preparação física, sendo que, um deles, o da “individualidade biológica”, é o escopo do presente estudo. A individualidade biológica analisa os indivíduos e suas características genotípicas e fenotípicas para dirigi-lo a uma determinada modalidade esportiva e os métodos de treinabilidade. Essa nova proposta moldou o sujeito negro a determinados esportes e a representá-lo como corredor nato de velocidade, uma representação gerada a partir do crescente aparecimento de velocistas negros. Como já mencionado, o sujeito negro foi alvo de muitos estudos, dentro do campo esportivo, e a fisiologia procurou decompô-lo em sistemas de funcionamento isolado. Atribuíram o desempenho dos atletas negros velocistas, segundo os estudos de Cintra Filho (1997), ao seu alto percentual de fibras rápidas, quadril mais estreito, quadríceps mais robusto e pernas (segmento do membro inferior abaixo do joelho até o tornozelo) mais finas; tudo isso para proporcionar uma melhor aerodinâmica para o deslocamento em alta velocidade. Também, foram buscar respostas na África, onde os corredores de provas de velocidade provinham da parte ocidental e os de prova de longa duração, da parte oriental; sendo essas duas regiões separadas, geograficamente, durante muito tempo, pela grande fossa africana ao leste, oriundas, no passado, por erupções vulcânicas e ao norte, pelo árido clima do deserto. Outra questão inquietante é que tal supremacia dos velocistas negros e fundistas (corredores de longas distâncias) só ocorre entre o sexo masculino, sendo que, no feminino, existe um equilíbrio. Não é objetivo deste trabalho aprofundar-se nesta questão, pois, trata-se de assunto para outro estudo, mas, uma pergunta instiga, sob essa perspectiva: na cultura patriarcal em que são educados homens e mulheres de qualquer grupo étnico-racial, as habilidades corporais masculinas não são sempre mais favorecidas? Recentemente, presencia-se a ruptura do sujeito negro, frente a estes discursos preestabelecidos pela ciência. Um exemplo disto é o nadador negro do Suriname, Anthony Nesty, que ganhou em Seul, em 1988, a medalha de ouro no nado borboleta, modalidade que exige maior esforço e técnica do atleta. Nesty ganhou de dois ícones da natação mundial, o norte-americano, Mattheu Biondi e o alemão ocidental Michel Gross. No Suriname, havia uma única piscina oficial de 50m, onde Nesty treinava, o bastante para o atleta negro ganhar uma bolsa de estudos na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos e tornar-se o primeiro e único negro a ganhar uma medalha de ouro de natação dos Jogos Olímpicos. Outro exemplo que quebrou o discurso sobre a fraca performance do negro na natação é o nadador brasileiro Edivaldo Valério, primeiro negro a compor a equipe olímpica da natação brasileira e a ganhar uma medalha de bronze nas Olimpíadas de 2000, em Sydney, no revezamento 4x100m livres. Muitos acontecimentos vêm rompendo as representações que traduziram o negro em determinadas identidades, no âmbito esportivo e em outros campos sociais. Exemplo disso são as irmãs Wilhams no tênis, Tiger Wods no golfe, Rogério Clementino, primeiro cavaleiro negro do mundo elitista do hipismo (que irá compor a seleção brasileira nas Olimpíadas de Pequim) e o novo fenômeno da Fórmula 1, talvez, o último baluarte instituído como lugar de branco e rico a ser rompido por uma identidade negra, o inglês Lewis Hamilton, que, no Grande Prêmio do Brasil, em 2007, foi chamado pela repórter da Rede Globo, Mariana Becker, como “inglesinho com jeito de jogador de futebol”. Esse comentário alude às representações que são produzidas na mídia do negro no esporte, pois, o fato de ver um afro-inglês na Fórmula 1 remete a algo fora do lugar, quando esse ambiente deveria ser um campo de futebol. Embora Hamilton não tenha nenhum jeito de jogador de futebol, o fato de ser negro, historicamente, o reduz a este esporte. Também estiveram nos Jogos Pan-americanos, realizados na cidade do Rio de Janeiro em 2007, vários nadadores negros que obtiveram destaque. Este processo de quebra de discursos vem acontecendo com a descentralização de grupos das sociedades, que tentam se parecer homogêneas e de arrazoado chauvinismo. Os grupos étnicos, religiosos, raciais, etc., encobertos por essas supostas identidades nacionais unificadas, vêm procurando emergir e reivindicar outros espaços de atuação. Considerações finais O esporte, como grande fenômeno social, deu guarida ao sujeito negro pela sua inserção e representatividade, em algumas modalidades na prática esportiva. Durante muito tempo, o negro ficou estigmatizado nessas modalidades, estabelecidas por discursos científicos que o naturalizaram com habilidades corporais a priori. Esta imagem “natural”, produzida do atleta negro, alude a um outro debate, o da diferença. A ocidentalização da maneira de ser e ver das pessoas, ou seja, macho, branco, católico, heterossexual, se espraiou e se difundiu para grande parte das sociedades mundiais. Uma concepção de alteridade foi atribuída para aqueles que fugissem a esses padrões preestabelecidos e, como conseqüência, remetidos a um lugar diminuto no cenário social. Dentro deste processo de tentativa da homogenização da sociedade, ser diferente não significa virar objeto de estudo, como são as pessoas negras, mas sim, construtores de sua própria identidade, numa sociedade híbrida, que não quer se amalgamar, e sim, confrontar-se, buscando comparações entre os grupos que formam as populações e o que representam. Através desse artigo e da realização de minha pesquisa, proponho um novo olhar acerca da história do sujeito negro, saindo dos alicerces em que sempre esteve fixado, e sugerir a reconstrução de outras formas de contextualizar a trajetória dos afro-descendentes, na participação das atividades humanas. Nota Campeonato de futebol de várzea composto só de jogadores negros em Porto Alegre. Referências ALTMAN, Fábio. Uma vida veloz. Época. Rio de Janeiro, v. 3, n. 121. p. 78-83, set. 2000. ANGELOS, Eloy Dias dos. O negro na sociedade atual: os seus anseios, sonhos e perspectivas. Contexto e Educação. Ijuí, v 3, n. 12, p. 17-26, out/dez., 1998. BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. 322p. CAPOEIRA, Nestor. Capoeira: os fundamentos da malícia. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. 240 p. CINTRA FILHO, Dino de Aguiar. Fatores influentes na participação do atleta negro no esporte. Revista da APEF. Londrina, v. 12, n. 1, p. 53-64, 1997. DIWAN, Pietra. Raça pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. São Paulo: Contexto, 2007. 158p. ENDLER, Sergio Francisco. Tesourinha. Porto Alegre: Tchê, 1984. 98p. FOUCAULT, Michael. História da sexualidade: a vontade de saber. 12. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1997. 1 v. GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação. Campinas: Papirus, 1994. 196p. GRANDO, Jóse Carlos. Sacralização do corpo: a Educação Física na formação força do trabalho brasileira. Blumenau: FURB, 1996. 138p. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 5. ed. Rio de Janeiro: DP&, 2001. 102p. HALL, Stuart. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003. 434p. MARQUES, Vera Regina Beltrão. A medicalização da raça: médicos, educadores, e discurso eugênico. Campinas: Editora da UNICAMP, 1994. 166p. OLIVEIRA, Altemir. Negro e o esporte: identidades traduzidas. São Leopoldo: [s. n.], 2001. 95p. REIS, Letícia Vidor de Souza. O mundo de pernas para o ar: a capoeira no Brasil. São Paulo. Publisher, 1997. 265p. SOARES, Carmem Lúcia. Educação Física: Raízes Européias e Brasil. Campinas. Autores Associados. 3. ed. 2004. Fotos: Elconfidencial.com y Guardian.co.uk.

CULTURA NEGRA

CULTURA NEGRA A riqueza deixada pelos escravos A partir do momento que chegavam ao Brasil, além de não poder praticar a própria religião, eram proibidos de realizar festas e rituais de origem africana. Eram obrigados a seguir a doutrina católica e adotar a língua portuguesa como nativa. Entretanto, mesmo com todas as imposições e restrições, os africanos não deixaram a cultura ser esquecida. Escondidos, mantiveram representações artísticas, culturais e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira. Geralmente, a prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas. (FOTO: GISELLE HIRATA) A capoeira tinha como principais funções o alívio do estresse do trabalho, a manutenção da cultura e da saúde física. Para treinar sem chamar a atenção dos fazendeiros e dos capangas, os escravos incorporaram instrumentos musicais como, por exemplo, o berimbau. Com música e movimentos ritmados, a prática da capoeira se assemelhava a uma dança. Contudo, em determinada época da história, o negro também reagiu à escravidão em busca de uma vida digna, de modo que era comuns as revoltas nas fazendas. Geralmente, fugiam grupos de escravos que formavam nas florestas os famosos quilombos (comunidades nas quais os integrantes viviam em liberdade e onde podiam falar a própria lingua e praticar sua cultura e religião). Entre os quilombos mais conhecidos está o “”Quilombo dos Palmares”, comandado por Zumbi. A escravidão, bem ou mal, marcou os destinos da sociedade brasleira, pois deixou heranças e seqüelas como, por exemplo, a cultura negra e as condições sociais nascidas do regime escravocrata. De acordo com o presidente do quilombo São José da Serra (localizado na cidade de Valença), Antônio do Nascimento Fernandes, os descendentes de escravo encontram, até hoje, dificuldades para manter uma vida digna. “O quilombo é uma comunidade que tem uma ligação de parentesco desde 1830 e aqui vivem em torno de 180 descendentes de escravos. Os principais problemas que encontramos é a falta de emprego e a dificuldade de manter essas terras, pois não são nossas por direito ”, comenta. “Mas estamos lutando e a esperança é muito grande, é o que faz a gente ficar e viver nesse pedaço de chão”, complementa. Neste quilombo ainda são mantidas muitas tradições e, todos os anos, celebram a festa de São José da Serra em homenagem aos antepassados, os antigos escravos. “Além de preservar a memória dos nossos ancestrais e cultivar muito dos costumes, a festa ajuda a levantar fundos para a nossa comunidade”, relata Toninho. A comemoração conta com grupos de capoeiras, músicas africanas e, ao cair da noite, se acende uma grande fogueira, em volta da qual os descendentes relembram os tempos de outrora e dançam o famoso “jongo” (ritmo cujas matrizes vieram da região do Congo e da Angola e se assemelha muito ao samba brasileiro). Diante de toda a história dos negros africanos no Brasil, Toninho manifesta seus desejos: um futuro melhor para os jovens que vivem na comunidade. “A foice e a enxada são coisas que a gente não vai abandonar e não pretendemos abandonar, mas podemos ser doutores e agrônomos, ter um curso técnico para conhecer melhor a terra na qual plantamos. Então, o sonho meu mesmo é de ver, um dia, nossas crianças e nossos jovens fazendo faculdade, esse é o meu sonho”, finaliza.

Representações sobre o negro e um novo senso comum !!!

Observamos nos últimos anos uma preocupação com a valorização e o crescimento da participação dos negros em vários setores da sociedade brasileira, tanto nos meios de comunicação quanto nos espaços político-sociais. Ainda não obtivemos uma visibilidade à altura de nossa participação no conjunto da população brasileira e da contribuição que a população negra trouxe para esta sociedade, porém, como conseqüência da resistência negra, organizada ou não, estamos assistindo a uma lenta e consistente superação das representações eurocêntricas advindas da criação de um sujeito negro colonizado. No centro da resistência negra, ao nosso ver, combinada com a ação política, deve figurar um trabalho contínuo de criação de novas representações sobre o negro.

Buda!!!






“Tudo o que somos nasce com nossos pensamentos. Em nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo." - Buda



Ser Feliz" Augusto Cury

Ser Feliz" Augusto Cury

domingo, 25 de março de 2012

Família onde tudo começa!!!

Pai Nosso dos Negros Pai Nosso dos negros de todos os tempos que estais na África mãe, na América, no Brasil e em todo lugar santificando nosso êxodo em busca da libertação. Venha a nós, a Terra por Vós prometida, Terra sem “senhores”, sem “casa grande” e “senzalas” Onde todos seremos irmãos, irmãos na cor, na raça e no sonho de realizarmos aqui nesta Terra a promessa de um grande quilombo. O pão nosso de cada dia, ofertai-nos recheando de justiça a nossa mesa, ensinando-nos a perdoar o martírio de tantos negros e negras que tombaram vítimas da escravidão, do preconceito e do ódio. E não nos deixeis contaminar por essa cultura civilizada que discrimina, segrega e marginaliza. Mas mostrai-nos o caminho do Vosso projeto de libertação Da nova Terra, em que as únicas correntes serão aquelas que nos unem aos irmãos. Onde o único açoite, será o do vento acariciando nosso corpo, nosso corpo cansado de tantas batalhas, mas aberto ao Vosso imenso amor.

Aristides Barbosa 25-03

Aristides Barbosa Redator do jornal Novo Horizonte. Colaborador Senzala. Novo Horizonte, n°19 - 03/1948, p.04. Aristides Barbosa nasceu em 25 de março de 1920, na cidade de Mococa, no interior paulista. Trabalhou como jornalista e professor. Foi um dos membros da Frente Negra Brasileira (FNB), em São Paulo, participando no regional da Frente Negra e nos bailes patrocinados pelas Rosas Negras, comissão feminina da entidade. Nos anos 30, freqüentou o Clube Negro de Cultura Social, assim como as sociedades recreativas Marujos dos Lavapés, Som de Cristal e 28 de Setembro. Para Barbosa, a FNB foi a única organização negra da cidade que, em 1937, lançou um nome para disputar eleições, que foi a candidatura de Raul Joviano do Amaral. A liberdade partidária foi suprimida por um golpe de Estado liderado pelo presidente Getúlio Vargas, em 10 de novembro de 1937, e a Frente Negra, que tinha conquistado o seu registro como partido político em 1936, encerra sua breve experiência partidária, desarticulando-se. Aristides Barbosa afirma que a FNB foi fechada por pretender participar da gestão do poder público e não por preconceito racial. A organização intitulou-se naquele momento de União Negra Brasileira (UNB) e, posteriormente, foi denominada de Clube Recreativo Palmares sobrevivendo até a década de 50. Barbosa, em 1946, fundou juntamente com Osvaldo Pereira Barbosa, seu pai, Arnaldo de Camargo, Ovídio P. Santos e Argemiro Dias Lima, o jornal Novo Horizonte. Elaborado por Pâmela Torres Michelette - 4º ano de História.

sábado, 24 de março de 2012

Família onde tudo começa...

A vida A vida é uma oportunidade, aproveita-a. A vida é beleza, admira-a. A vida é beatificação, saborei-a. A vida é sonho, torna-o realidade. A vida é um desafio, enfrenta-o. A vida é um dever, cumpre-o. A vida é um jogo, joga-o. A vida é preciosa, cuida-a. A vida é riqueza, conserva-a. A vida é amor, goza-a. A vida é um mistério, desvela-o. A vida é promessa, cumpre-a. A vida é tristeza, supera-a. A vida é um hino, canta-o. A vida é um combate, aceita-o. A vida é tragédia, domina-a. A vida é aventura, afronta-a. A vida é felicidade, merece-a. A vida é a VIDA, defende-a. Madre Teresa de Calcutá

sexta-feira, 23 de março de 2012

Cidadania!!!

Faça a sua parte!!!

EVITE O DESPERDÍCIO ________________________________________ TESTE PARA VERIFICAÇÃO DE VAZAMENTO NO RAMAL DIRETO DA REDE: 1º - Feche o registro do cavalete. 2º - Abra uma torneira alimentada. 3º - Espere até a água parar de correr. 4º - Coloque um copo cheio de água na boca da torneira como na Fig. A. 5º - Se houver sucção da água do copo pela torneira (Fig.B), é sinal de que existe vazamento no cano alimentado diretamente pela rede. NO RAMAL DIRETO DA REDE: 1º - Mantenha aberto o registro do cavalete. 2º - Feche bem todas as torneiras da casa e não utilize os sanitários. 3º - Feche completamente as torneiras de bóia das caixas, não permitindo a entrada de água. 4º - Marque a posição do ponteiro maior do seu hidrômetro e, após 1 hora, verifique se ele se movimentou. 5º - Caso ele tenha se movimentado, é sinal de que existe vazamento no ramal diretamente alimentado pela rede NA INSTALAÇÃO ALIMENTADA PELA CAIXA: 1º - Feche todas as torneiras da casa e não utilize os sanitários. 2º - Feche completamente a torneira de bóia da caixa, impedindo a entrada de água. 3º - Marque na caixa o nível da água e, após 1 hora no mínimo, verifique se ele baixou. 4º - Em caso afirmativo, há vazamentos na canalização ou nos sanitários alimentados pela caixa de água. NA VÁLVULA OU CAIXA DE DESCARGA: 1º - Jogue cinza de cigarro no vaso sanitário. 2º - O normal é a cinza ficar depositada no fundo do vaso. 3º - Em caso contrário, é sinal de vazamento na válvula ou na caixa de descarga. 4º - Nas bacias cuja saída da descarga for para trás (direção da parede), deve-se fazer o teste esgotando-se a água. Se a bacia voltar a acumular água, há vazamento na válvula ou na caixa de descarga. EM RESERVATÓRIOS DE EDIFÍCIOS: 1º - Feche o registro de saída do reservatório do subsolo. 2º - Feche completamente a torneira da bóia. 3º - Marque no reservatório o nível da água e, após 1 hora, no mínimo, veja se ele baixou. 4º - Em caso afirmativo, há vazamento. ________________________________________ CUIDAR DA SUA CAIXA D'ÁGUA GARANTE A QUALIDADE DA ÁGUA QUE VOCÊ RECEBE Programe o dia da lavagem da sua caixa d'água. Posicione bem a escada para não correr o risco de escorregar. Inicie com o fechamento do registro da entrada da casa ou amarre a bóia. Utilize a água da caixa com o próprio consumo, antes do dia da limpeza, ou guarde em algum vasilhame para uso durante o período que estiver limpando. Deixe um palmo de água na caixa d'água. Tampe a saída da água para que essa água que ficou no fundo seja utilizada na lavagem e para que a sujeira não desça pelo cano. Lave as paredes e o fundo da caixa com pano úmido, evitando o uso de escova de aço e vassoura. Nunca use sabão, detergente ou outro produto (no caso de caixas d'água de fibrocimento, utilize escova de fibra vegetal ou de fio de plástico macio, não utilizando pano úmido). Retire a água da lavagem e a sujeira com uma pá de plástico, balde e panos, deixando-a bem limpa. Utilize panos limpos para secar o fundo, evite passá-los nas paredes. Ainda com a saída da caixa fechada deixe entrar um palmo de altura de água, adicione 2 litros de água sanitária e deixe por 2 horas. Com uma brocha, balde ou caneca plástica, molhar as paredes internas com a solução desinfetante. A cada 30 minutos, verifique se as paredes internas da caixa secaram, caso isso ocorra, fazer nova aplicação dessa mistura até completar as 2 horas. Não usar de forma alguma esta água durante 2 horas. Passadas as 2 horas, ainda com a bóia da caixa amarrada ou registro fechado, esvazie a caixa abrindo a sua saída. Abra todas as torneiras e acione as descargas (estamos, assim, desinfetando os canos da residência). Essa água poderá ser utilizada para a lavagem de quintais, banheiros e outros pisos. Tampe adequadamente a caixa para que não entre pequenos animais, insetos ou sujeiras, assim evitará contaminação e transmissão de doenças. Lavar a tampa antes de sua utilização. Anote numa etiqueta auto-adesiva a data da limpeza e cole na caixa. INSTALAÇÃO HIDRÁULICA

Dia mundial da Água!!!

CURIOSIDADES DA ÁGUA Em 1560 na França o consumo de água doméstica era muito modesto devido a uma lei que dizia que “tomar banho faz mal para a saúde e, portanto é proibido”. Descobriram que nesta época quem quisesse tomar banho teria que ir a uma “casa de banho” onde os cavalheiros asseados podiam deixar que lhe esfregassem as “crostinhas” acumuladas, e para torná-los mais atrativos colocaram uma moça... em cada banheira, as quais passaram a transmitir a sífilis. Com a dificuldade de acabar com o costume, proibiu-se tomar banho por fazer mal à saúde e, em conseqüência, diminuiu-se o consumo de água, aumentando consideravelmente a fabricação de perfume. • Para a produção de um bife, gastam-se 80 litros de água e, 240.000 litros, para confinar um boi. • Por enquanto a Europa ainda se consola pelo fato de possuir o maior depósito de água subterrânea do mundo, mas sua contaminação por hidrocarbonetos da indústria siderúrgica e nitratos provenientes de confinamento de gado já dá para prever que por mais cinco anos passará o limite tolerável de nitratos, ficando a água inutilizada.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Apartheid! Explicando o 21 de março.

Manifestação contra o Apartheid O termo apartheid se refere a uma política racial implantada na África do Sul. De acordo com esse regime, a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo poder político e econômico no país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação separatista. A política de segregação racial foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico. Casamentos e relações sexuais entre pessoas de diferentes etnias também eram proibidos. A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na década de 1950, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma desobediência civil. Em 1960, a polícia matou 67 negros que participavam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou protestos em diversas partes do mundo. Como consequência, a CNA foi declarada ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. Nelson Mandela Com o fim do império português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entrou em crise. Esses fatos intensificaram as manifestações populares contra o apartheid. A Organização das Nações Unidas (ONU) tentou dar fim à política praticada no país. O presidente Piter Botha promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista. Com a posse de Frederick de Klerk na presidência, em 1989, ocorreram várias mudanças. Em 1990, Mandela foi libertado e o CNA recuperou a legalidade. Klerk revogou as leis raciais e iniciou o diálogo com o CNA. Sua política foi legitimada por um plebiscito só para brancos, em 1992, no qual 69% dos eleitores (brancos) votaram pelo fim do apartheid. Klerk e Mandela ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Em abril de 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país. O Parlamento aprovou a Lei de Direitos Sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que destinou 87% do território à minoria branca. As eleições parlamentares de 1999 foram vencidas pelo candidato indicado por Nelson Mandela, Thabo Mbeki, descartando qualquer tentativa de retorno a uma política segregacionista no país. Por Wagner de Cerqueira e Francisco Graduado em Geografia

21-03 Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial - 21 de março Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas Nesta mesma data em 1960, a polícia assassinou, na favela sul-africana de Sharpeville, 69 pessoas que se manifestavam pacificamente contra as leis “do passe” impostas pelo regime de apartheid. Muitas outras pessoas – incluindo mulheres e crianças – ficaram feridas. Uma onda de horror abalou o mundo. Ao proclamar 21 de março Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, a Assembléia Geral quis honrar a memória das vítimas do massacre e condenar o racismo. Posteriormente, o regime de apartheid da África do Sul foi desmantelado. As leis e práticas racistas foram abolidas em muitos países e criamos um quadro internacional para lutar contra o racismo baseado na Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. Atualmente, a Convenção está perto da ratificação universal, mas, apesar disso, em muitas regiões, inúmeros indivíduos, comunidades e sociedades sofrem a injustiça e o estigma causados pelo racismo. No próximo mês, representantes dos governos e da sociedade civil se reunirão em Genebra para examinar os progressos alcançados, desde a Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância, realizada em Durban, em 2001. Nos anos que se seguiram, o mundo assistiu a um crescimento preocupante das denúncias de ódio e intolerância ligados, em parte, ao terrorismo e à migração crescente. A Conferência de Revisão é uma boa oportunidade para que os países partilhem experiências, identifiquem boas práticas e reafirmem sua determinação em lutar contra o racismo. O racismo existe em todos os países e peço insistentemente a todos os países que se unam para combatê-lo. O primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. O Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial nos lembra a responsabilidade coletiva de promover e proteger este ideal. Juntos, devemos redobrar os esforços para pôr fim à discriminação e xenofobia, onde quer que ocorram.

terça-feira, 13 de março de 2012

Auto-Estima Cada pessoa pensa sente, fala e se movimenta da maneira que lhe é própria e que corresponde à imagem que faz de si mesma. Essa auto-imagem sempre tem aspectos físicos, sociais ou intelectuais. Nem sempre, porém, ela reflete essa dimensão múltipla. Com freqüência, misturam-se todas as sensações num pacote único, perdendo-se a amplitude da personalidade, o que acaba por traduzir uma auto-estima sem muita estima. Auto-estima significa gostar de si mesmo. O primeiro passo para isso, portanto, é se conhecer. Não posso amar nem dar valor ao que não conheço, pois corro o risco de fazer uma análise ruim da minha pessoa, se a base vem de valores que não são meus, mas dos outros: são do mundo e esse mundo adora pendurar os valores em lugares tão altos, que nunca são alcançados. E como é fácil para as pessoas caírem nas armadilhas do "eu não valho nada!" Se não possuo o corpo perfeito, se não sou tão inteligente como fulana, se não causo uma impressão em todos os homens da festa quando entro, então não devo ser grande coisa. Não vale a pena gostar de mim e nem investir na vida e nas relações. Quando a auto-estima é negativa, baixa, o crescimento fica estagnado, a coragem diante da vida diminui, desistimos até de arriscar coisas novas, de sonhar. Por isso, diz-se que a auto-estima é um valor de sobrevivência. Se nessa autoconsideração, ao contrário, se consegue ter sentimentos de aceitação e aprovação a respeito da própria aparência, pensamentos e capacidades, a predisposição para ser bem aceita e recebida será maior. Ao estabelecer contatos, esses sentimentos farão parte da nossa atitude. E a nossa crença sobre nós mesmos é o que passamos aos outros. Se eu sei que sei, começo a acreditar nisso e crio confiança para agir conforme a minha verdade e vou em frente! E da autoconfiança para o auto-respeito é um passo. A pessoa com auto-estima elevada é comumente considerada egoísta. Parece que, infelizmente, na nossa língua, ter amor-próprio significa excesso de vaidade e arrogância, quando deveria ser o mesmo que gostar corretamente...Gosto de uma definição, do psicólogo Carl Rogers: pessoa significativa, que conhece o seu próprio significado e SABE que significa muito. Saber se dar valor abre um mundo novo de relacionamentos com pessoas semelhantes, mais respeitosas, confiantes e hábeis, pois nos tornamos mais abertos e mais claros. Evita-se também assim aqueles com "baixa -estima", que rodeiam a vida, e a intoxicam em vez de alimentar. Muita gente querem encontrar a "pessoa certa". Só podemos encontrar a pessoa, a vida e a atitude certas quando acharmos que nós somos a pessoa certa! Lembre-se: Ame-se primeiro e muito! Se dê colo, força, apoio, faça mimos a você se dê conforto e bem estar!Você merece! Tenha certeza que assim, será impossível alguém não amar você! Com mais amor ainda, vocês irão somar e não dividir! Afinal, amor nunca é demais!!!!
Matéria publicada no jornal Estado de Minas, 13/03/2012 - Belo Horizonte MG Leitura e aprendizado Como formar cidadãos críticos que lutem por seus direitos se o primeiro passo para isso é compreender um texto? Nilce Rezende Fernandes - Professora e escritora Um expressivo número de adolescentes, incluindo os alunos de tradicionais colégios da rede particular, apresentam dificuldade de compreensão de texto, o que é detectado pelas respostas vagas, inconsistentes, sem coerência, coesão e com graves erros de ortografia. Esses fatos se devem, na maioria das vezes, à falta de hábito aliado ao prazer da leitura. Há algumas décadas, a maioria dos jovens na faixa dos 14 aos 17 anos devorava os clássicos da literatura brasileira e até estrangeira, mesmo antes da tão propagada globalização. Havia uma intimidade entre leitores e autores como Machado de Assis, Rachel de Queiroz, Erico Verissimo, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles, Carlos Heitor Cony, Fernando Sabino, Clarice Lispector e Guimarães Rosa, entre tantos outros. As obras eram motivo de discussão entre os amigos, que até simulavam um julgamento para condenar ou inocentar Capitu, personagem da obra-prima Dom Casmurro, de Machado de Assis. Dostoiévski, George Orwell, Hemingway, Tolstoi, Proust, Gabriel García Márquez, entre vários, também faziam parte das leituras juvenis. Ler bastante era considerado tão natural quanto dominar a tecnologia nos dias atuais. Foi dessa forma que os adolescentes aprenderam a interpretar textos, argumentar, expressando-se com clareza e no português padrão exigido. O antigo Colégio Estadual Central, famoso pelo corpo docente, era o mais disputado para essa turma amante dos livros, que após o ensino médio ingressava na UFMG com sucesso. É lamentável que atualmente alunos do curso médio e superior escrevendo “xampu” com sh e “quis” com z, influenciados pelas palavras inglesas “shampoo” e “quiz”, mesmo sendo o significado da segunda completamente diferente. O x dá lugar ao ch em “xícara”, “mexer” e “vexame”; o inverso ocorre em “ chuchu”, “enchimento” e “pichação”. Devido à semelhança do som, o j de “gorjeta” é trocado pelo g, assim como o s por z em “paralisar”, “alisar” e “puser”. A língua portuguesa é complexa e as regras com uma série de exceções não contemplam cada termo, por isso a leitura é uma importante ferramenta de aprendizagem. Seria injusto jogar a culpa no novo acordo ortográfico, uma vez que as palavras citadas não sofreram nenhuma alteração em função dele. O Estado de Minas publicou (Opinião, 23/2/2012) o artigo “Quando a tecnologia provoca involução”, assinado por Carlos Eduardo Guilherme, afirmando que tamanhos avanços tecnológicos provocam o distanciamento dos jovens em vez de aproximá-los e proporcionam dificuldades de se relacionar em grupo. Fala que “o consumismo excessivo, o uso exagerado do computador, dos jogos eletrônicos, da TV e a superproteção dos pais têm criado situações de isolamento”. Em outro trecho diz que “nos colégios e clubes, mesmo após meses de convívio, eles têm dificuldade de se aproximar dos colegas. São, na grande maioria, garotos individualistas e egocêntricos, vivem em mundos separados da realidade”. Infelizmente, a tecnologia e tudo mais apontado pelo professor podem também ser responsáveis pelos resultados caóticos na língua portuguesa por um grande número de alunos. Passando horas diante de uma tela nas redes sociais, cultivando amizades virtuais ou com jogos intermináveis, são incapazes de descobrir a viagem mágica no mergulho da boa leitura, assim como da convivência saudável pela prática de esporte. Como formar cidadãos críticos, que cumpram seus deveres e lutem por seus direitos se o primeiro passo a ser dado para isso é compreender um texto? Somente há a possibilidade de tomar uma atitude contra ou a favor de determinado tema em pauta tendo acesso a informações precisas. A tecnologia deveria ser uma parceira em vez de contribuir para a alienação dos jovens. Como ensinar redação a estudantes sem argumentos para defender seu ponto de vista? É imprescindível enfatizar a necessidade da leitura para redigir com clareza, no português padrão, usando um vocabulário rico e adequado, de forma coerente, concisa e sem repetição de ideias. O contato dos bebês com os livros emborrachados durante o banho, evoluindo para os contos de fadas contados pelos pais antes de os filhotes pegarem no sono e depois os propícios a cada faixa etária, contribui para que na adolescência já se tenha solidificado amor e intimidade com o romance, conto, crônica ou poema. Aí, certamente, haverá prazer de ler Machado de Assis, Ignácio de Loyola Brandão, Marina Colasanti, Adélia Prado, Nélida Piñon e muitos outros. Sem restrição alguma da substituição do livro impresso pela leitura digital. Afinal, por mais que os contumazes leitores valorizem o papel, na era da tecnologia é fundamental uma flexibilização para incentivar o ato de ler da garotada. Se, pelo contrário, optar-se por uma imposição, provavelmente, o tiro sairá pela culatra, e assim muitos jovens vão preferir ignorar a leitura.

segunda-feira, 12 de março de 2012











·         Fundação Cultural Palmares assina convênio de cooperação com TRE do Ceará
Fundação Cultural Palmares assina convênio de cooperação com TRE do Ceará
segunda-feira12 / março / 2012 by Mônica Santos
Por Mônica Santos
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, desembargador Ademar Mendes Bezerra, assinarão Convênio de Cooperação Técnica para instalação de  seções eleitorais especiais nas comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares no estado.
A assinatura será nesta terça-feira (13), e busca atender ao artigo 4ª da Resolução TRE/CE nº 477, de 23 de janeiro de 2012. O  objetivo é promover o desenvolvimento das condições indispensáveis para o exercício do direito de voto dos residentes nas comunidades quilombolas. Com o convênio, os serviços de transferência, 2ª via, regularização e pedido de título eleitoral serão disponibilizados com mais facilidade para os quilombolas.
 No estado do Ceará , 31 comunidades são certificadas pela FCP.  De acordo com o presidente Eloi Ferreira, a celebração deste convênio vai ao encontro do disposto no Estatuto da Igualdade Racial, que busca a inclusão da população negra.
“ É uma iniciativa que merece ser difundida, porque cria condições concretas para facilitar aos quilombolas destas comunidades, o acesso ao direito/dever de votar, e, assim influir na construção da igualdade de oportunidades no acesso aos bens econômicos e culturais contemporâneos”, explica.
Segundo o diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro, Alexandro Reis, a Palmares pretende realizar parcerias como esta em outros estados com comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares.
 Para o TRE/CE, este é um trabalho de auxílio mútuo para a criação e instalação de seções eleitorais com o cadastramento da comunidade quilombola do Estado, além do incremento do número de alistados em seções já existentes. 
Serviço:
O quê:
 Assinatura de  Convênio de Cooperação Técnica
Quando:
  13 de março, às 16 horas
Onde:
 Sessão Plenária do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Ceará – Rua Jaime Benévolo, 21 – Centro –Fortaleza/CE



Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas - Rubem Alves

Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã - Frase de Mahatma Gandhi


quinta-feira, 8 de março de 2012

Saudades...Whitney Houston ~ Live in 1997 (Pt. 8/14) ~ Endless Love/Ain't No Mounta...

Mulheres Negras

Negra de carapinha dura - Grande Poema Africano

Mulher negra.wmv

CULTNE - Lélia Gonzalez - Pt 2 Afro memória!!

CULTNE - Lélia Gonzalez - Pt 1 Afro memória..

CULTNE - Lélia Gonzalez - Pt 1 Afro memória..

CULTNE - Mulher Negra - Anos 80