domingo, 3 de junho de 2012

Os Brancos, Amarelos e Índios são “mutações” do homem original Negro



A alguns anos atrás assisti em um Canal Cultural  de uma TV fechada uma pesquisa científica falando sobre a origem do homem branco e da “diversidade das raças” no Planeta Terra, dizia sumamente que todos os homens modernos vieram de uma única raça: a Negra. Portanto somos todos negros em nossa origem biológico-genética, a única coisa que nos diferencia é a cor de nossa pele, nada mais.
Desde então procurava saber mais sobre o assunto até que encontrei na Revista SuperInteressante uma reportagem falando sobre esse tema. Seu título: “Brancos, negros, índios e amarelos: Todos parentes”. O texto abaixo é uma adaptação livre e atualizada dessa reportagem. Em suma veremos que Brancos, Índios e Amarelos  vieram todos dos Negros Africanos.
Anos atrás no “Museu do Homem de Paris” houve uma exposição intitulada “Todos Diferentes, Todos Parentes”,  a reportagem que agora posto lembra que se Morton estivesse vivo (Morton foi um grande cientista que morreu em 1851, estudava a “diferença” entre as raças humanas) ele certamente teria um enfarto fulminante ao ver que várias pessoas, incluindo crianças, remontavam, em uma tela de computador,  aquilo que ele levou décadas em sua vida fazendo no laboratório. Diariamente, centenas de jovens e curiosos em geral se divertiram na mostra  criando “homens” inimagináveis, numa miscelânea que inclui os mais variados tipos de cabelo, olhos, rosto ou mesmo o tamanho do nariz.
Essa brincadeira se confunde com a própria explicação da origem do homem moderno, o Homo sapiens sapiens: a de que, ao contrário do que pensava Morton, as diferenças físicas, tão gritantes a nossos olhos, não passam de detalhes na história de uma espécie que, embora numerosa e espalhada por todo o mundo, em última análiseprovém de um único ancestral. As aparências enganam. “O sentido da visão tem um papel primordial nas percepções humanas, enquanto várias espécies de animais que diferem na cor dos pêlos ou da pele parecem não dar a menor importância a isso”, brinca o francês André Langaney, chefe do laboratório de Biometria de Genética da Universidade de Genebra.
É certo que as questões de um século atrás ainda persistem: se somos descendentes de um mesmo antepassado, por que alguns têm a pele negra, cabelos crespos e olhos escuros, enquanto outros têm olhos puxados, cabelos lisos e a pele amarela? Por que os pigmeus medem em média 1,50 metro, enquanto suecos chegam a 1,77 metro? As diferenças são tantas, que apenas enumerá-las já soa como uma missão impossível — quanto mais listar respostas para cada uma… Mas para geneticistas como Langaney ou o célebre italiano Luigi Luca Cavalli-Sforza, um dos maiores especialistas no assunto,muito mais numerosas e essenciais são as igualdades. Todo homem, seja ianomâmi ou finlandês, possui cerca de 4,5 metros quadrados de pele, 100 órgãos, 450 músculos motores, 211 ossos, 950 quilômetros de tubos (veias e artérias), 100.000 quilômetros de fibras nervosas, 5 litros de sangue, 60 trilhões de células, etc. etc.
Tão importante ainda é que jamais se encontraram genes que pudessem ser considerados característicos de uma única população, por mais isolada que ela viva. Isto é: os cerca de 3 bilhões de componentes do patrimônio genético são compartilhados pelos 6 bilhões de homens que ocupam o Planeta. Sem exceções. É o que asseguram décadas de pesquisas, em especial as realizadas por aqueles dois especialistas. Langaney concentrou seu trabalho em três genes que são fundamentais no ser humano. O primeiro, responsável pelo tipo sangüíneo, é o sistema ABO. O outro, o do fator Rhesus, determina o Rh positivo e negativo. Quanto ao terceiro, o Gm, é o gene que produz a imunoglobulina, substância essencial para o sistema imunológico. Tais genes se encontram em centenas de grupos étnicos, cujas células a equipe de Langaney vasculhou. E o pesquisador é taxativo: isto descarta a possibilidade de existirem genes “brancos”, “negros” ou “amarelos”, como se acreditou até há pouco.
“Nenhuma população se isolou por um tempo suficiente para se constituir como uma raça completamente diferenciada”, garante Cavalli-Sforza. Professor da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, ele diz isso com a autoridade de quem nos últimos cinqüenta anos se dedicou a construir a mais completa e ambiciosa árvore genealógica da espécie humana e hoje se dá ao conforto de andar de chinelos nos corredores da universidade.
Sforza testou nada menos de 120 características humanas gravadas nos genes, inclusive o fator Rhesus e os sistemas ABO e Gm. E também não poupou o computador de Stanford para reagrupar milhares de trabalhos lingüísticos e arqueológicos, a partir dos quais selecionou os 42 grupos mais estudados, numa amostragem perfeita doshabitantes dos cinco continentes. Etíopes, pigmeus, europeus em geral, lapões, esquimós, japoneses, polinésios e índios americanos são apenas algumas das etnias escolhidas por ele. E, a partir desses estudos, o geneticista genovês radicado nos Estados Unidos chegou a uma conclusão inovadora: a de que era possível reconstituir a história da evolução humana com base na freqüência de certos genes, o chamado critério de distância genética.
O fator Rhesus é um exemplo que pode ajudar a entender essa conclusão. Sforza verificou que 16% dos ingleses tinham o fator Rhesus negativo, enquanto a freqüência nos bascos era de 9% e nos japoneses 0%. “Se nos limitarmos ao Rhesus, podemos dizer que os ingleses são mais próximos dos bascos que dos japoneses.” É lógico que, para obter a distância genética entre as populações, Sforza não usou apenas um gene; analisou mais de uma centena. Graças a esse critério, pôde chegar então às sete grandes famílias, os colonizadores da Terra: africanos, caucasianos, asiáticos do sul, asiáticos do norte, australianos, insulares do Pacífico e ameríndios.


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