domingo, 1 de agosto de 2010

01/08 - Independência do Benin, África/ 1975 Parte 2



















BENIN, A MAGIA DO VUDU

Conta a lenda que Benin foi o berço do vudu e deste país foi levado à América Latina pelos escravos. A lenda deve ser real porque a magia percebe-se ao longo e largo de todo o território nacional: maravilhosas praias de águas transparentes e areias brancas com coqueiros, exuberante savana onde habitam os mais belos animais como leões, olifantes, búfalos, guepardos, crocodrilos, antílopes, entre outros muitos exemplares da fauna africana, lagoas costeiras pelas que navegar contemplando frondosas paisagens e uma grande variedade de aves para fazer as delícias dos amantes da ornitologia, além de formosas zonas montanhosas habitadas pelos valentes guerreiros Somba.



A estes atrativos naturais há que somar a riqueza tradicional de suas etnias, os Ioruba com seus ritos ancestrais, os Aizos, Pedah e Mina, três povos peixeres que habitam em originais casas construidas a três metros das águas das lagoas, os Fom e os Adja que durante o reinado de Ghezo fundaram um grande exército no qual estavam incluidas mais de 3.000 valentes amazonas, os Taneka com suas construções de tetos cónicos adornados com jarras, e os Bariba, Basseda, Itcha, Boko-Tienga, Dendi, Gurma, Tyokossi, Gangamba, Niendi e outros muitos mais. Um verdadeiro mosaico de culturas a conviver em paz em um maravilhoso território. Benin, efetivamente, deve estar sob o influxo da magia.



SITUAÇÃO E GEOGRAFIA

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A República do Benin tem uma extensão de 112.622 quilômetros quadrados limitados por Burkina Faso e Níger ao norte, Nigéria ao leste, Togo ao oeste e ao sul o Oceano Atlântico em pleno Golfo de Guiné. O país tem forma alongada com uma longitude de 750 quilômetros.



A zona costeira é arenosa e rectilínea com numerosas lagoas e pântanos. O terreno vai subindo em altitude e na medida que se adentra no interior do país, aparecem pequenos planaltos muito fértis, e mais para o norte o solo eleva-se ainda mais com os Atakora, até os 900 metros de altitude. No noreste as terras são planas extendendo-se até o vale do rio Níger.



A rede fluvial conta com rios como o Quémé com seus afluentes, o Okpara e o Zu, o Cuffo e o Mono. O rio Níger serve de fronteira com a República de seu mesmo nome. São muito importantes as lagoas costeiras formadas graças às correntezas marinhas que movimentaram a areia. Destacam Grand-Popo a extender-se pelo oeste até Togo, a de Porto Novo, ao leste, que comunica com o porto de Lagos e Ouidah e Cotonu, entre outras.



FLORA E FAUNA

A paisagem do Benin varia bastante dependendo da zona. No norte é típicamente montanhosa no Maciço de Atakora sendo a vegetação muito escassa; na fronteira com Nigéria a selva é entupida sobretudo nas regiões de Abomey e Paraky; nas planícies da Terra do Barro a espécie mais abundante é a palmeira, enquanto que no resto do país aparece a savana arbórea-herbácea.



As aves encontram um habitat natural estupendo nas lagoas costeiras de Grand Popo, Ouidah, Cotonu e Porto Novo, entre outras, convirtindo-se em verdadeiros paraísos ornitológicos. Também podem-se contemplar leões, búfalos, hipopótamos, guepardos, crocodrilos, olifantes, girafas, antílopes e uma grande variedade de répteis.



HISTÓRIA

DADOS HISTÓRICOS

Benin é um desses países africanos com uma história apaixonante. Na antigüidade estaba habitado por distintas tribos, entre elas os Aya, embora na Idade Moderna o Reino de Dahomey era conhecido pelas valentes e formosas amazonas que caçavam aos homems com a ousadia de penetrar seu território.



No século XVII o povo Fom divide-se em três reinos: Alada, Porto Novo e Dahomey, este último acabará absorvendo aos outros dois. No século XVIII o reino de Dahomey sofre a invassão dos Ioruba procedentes do Níger, e isso própricia a intervenção dos estados europeus. Esta intervenção foi aproveitada para potenciar o comércio de escravos, chegando a conhecer-se este território na segunda metade do século como a "Costa dos Escravos" - inclusive construiram-se fortes para assegurar este comércio. No interior, os reinos de Savalu, Fitta, Bariba ou Savé viveram fugindo destas incursões escravistas e tiveram uma existência menos duradoura que o Reino de Dahomey.



A presência francesa era cada vez mais forte e embora no último rei de Dahomey, Behanzin, encontraram uma fera resistência, em 1884 este território irá convertir-se em colônia.



O período colonial francês finaliza em 1959 passando Dahomey a ser estado autónomo da Comunidade Francesa e o 1 de agosto de 1960 consegue ser um estado independiente com Hubert Maga como presidente. Três anos depois assume a presidência J. Ahomadegbe após um golpe de estado, mas será derrubado por um novo golpe do general Soglo. Em 1967 surge outro governo provisório promulgando no ano seguinte uma nova Constitução sob a presidência do geral E. D. Zinsou, destituido em 1969 por um diretório militar dirigido por P. E. de Souza. Outro golpe de estado em 1972 coloca o poder em mãos do maior Mathieu Kérékou que proclama dois anos depois um estado marxista-leninista.



Em 1975 Dahomey muda seu nome pelo de República Popular do Benin e em novembro de 1979 Kérékou é releito e estabelece um governo civil. Um ano mais tarde será nomeado Presidente da República Popular Democrática do Benin. Em julho de 1984 Kérékou é releito por segunda vez e em janeiro de 1987 converte-se em um governante civil.



O 24 de março de 1991 celebram-se as primeiras eleições libres do país nas que Nicéphore Soglo derrota Kérekou convertendo-se no Chefe do Estado e do Governo da República do Benin. Porém, nas eleições do ano de 1996 Kérekou é releito presidente da república, designando como primeiro ministro a Adriem Houngbédji.



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