segunda-feira, 26 de julho de 2010

26/07 Independência da Libéria, África/ 1846





































Libéria


A Libéria possui uma das maiores extensões de mata nativa do oeste da África, cobrindo quase a metade de seu território. A costa, que abriga a capital, Monróvia, é uma região extremamente úmida, com média diária de 25 mm de chuvas entre maio e outubro. Fundada por ex-escravos africanos dos Estados Unidos, é a única nação africana não colonizada por europeus, além da Etiópia. Com a independência, em 1847, torna-se a primeira República do continente. Os descendentes dos escravos (3% da população) formam hoje a elite do país. Formalmente, a Libéria tem a maior Marinha Mercante do mundo, pois um regime fiscal vantajoso faz com que armadores de diversas nacionalidades registrem seus navios como liberianos. O novo governo enfrenta uma economia falida após a guerra civil de 1989 a 1996. A renda per capita, que era de aproximadamente US$ 400 antes do conflito, caiu para a metade. Os indicadores sociais - como analfabetismo (61,7%) e mortalidade infantil (160 por mil nascidos ) - também estão entre os mais baixos do mundo.



Fatos Históricos

Os portugueses são os primeiros europeus a chegar à costa liberiana. A região fica conhecida como Costa da Pimenta, por causa da produção de pimenta-malagueta. As etnias nativas descendem de antigas tribos da região sul do Saara. Nos séculos XVI e XVII, os impérios coloniais que se formavam no continente africano (França e Inglaterra) tentam anexar a Libéria. Em 1816 é criada, nos Estados Unidos, a Sociedade Americana de Colonização, a fim de enviar escravos libertados de volta à África. O primeiro grupo chega à região em 1822 e funda Monróvia, a atual capital. Em 1847, Joseph Jenkins Robert, governador da comunidade de negros americanos na Libéria, nascido na Virgínia (EUA), de antepassados mestiços, proclama a independência da República e torna-se seu primeiro presidente. De 1850 a 1920, o país perde terras para as colônias vizinhas e vê a economia declinar, mas o governo recusa a proposta de tutela estrangeira. Neste século, a Libéria permanece estável até o final dos anos 70. A partir daí cresce a oposição ao partido situacionista com a criação da Aliança Progressista da Libéria. Em 1979, o anúncio do aumento do preço do arroz causa saques e desordens. Em abril de 1980, o sargento Samuel Doe derruba o governo, executa o presidente William Tolbert Jr. e suspende a Constituição. Doe adota políticas voltadas para a população pobre. Depois de eleições denunciadas como irregulares e de uma tentativa de golpe militar frustrada, guerrilheiros iniciama luta contra o governo, em 1989.



Guerra civil

O presidente Doe é morto em 1990, após cair nas mãos de rebeldes que haviam tomado a capital juntamente com a Frente Patriótica Nacional (NPFL), de Charles Taylor. A guerra civil prossegue até 1991, e 1,5 milhão de liberianos fogem para o exterior. Um acordo de paz assinado em 1993 não é respeitado. Novo acordo, em agosto de 1995, leva à instalação do Conselho de Estado da Libéria. Trata-se de um órgão executivo de transição, formado por um presidente sem partido político, o professor Wilton Sankawulo, e representantes das facções que participaram da guerra civil. Em abril de 1996, o Conselho de Estado ordena a prisão de um de seus integrantes, Roosevelt Johnson - líder do Movimento Unido de Libertação da Libéria para a Democracia (Ulimo-J), uma das facções em luta -, acusado de assassinato. A decisão leva ao reinício dos combates em Monróvia, e milhares de pessoas abandonam o país. Em agosto é assinado novo acordo de paz, estabelecendo eleições para 1997 sob a condição de que os grupos rivais sejam antes desarmados.



Redemocratização

Em setembro de 1996, Ruth Perry torna-se a primeira mulher chefe de um Estado africano, ao assumir a presidência do Conselho de Estado da Libéria, como resultado do mais recente acordo de paz. No mês seguinte, uma tentativa frustrada de atentado contra Charles Taylor mata três pessoas. A desmobilização e o desarmamento da guerrilha, a partir de novembro, são feitos com sucesso, sob ameaça de sanções às facções que desobedecerem às ordens. No início de 1997, Taylor dissolve a NPFL, que passa a se chamar Partido Patriótico Nacional (NPP). Em julho de 1997, Taylor vence a eleição presidencial com 75% dos votos, considerada legítima pelas forças de paz da Comunidade dos Estados Africanos do Oeste (Ecomog) e pela Missão de Observação das Nações Unidas na Libéria (Unomil). Charles Taylor é empossado em agosto e, no mês seguinte, termina o mandato da Unomil, iniciado em setembro de 1993 para monitorar o cessar-fogo acertado na época. A ONU estima entre 100 mil e 150 mil o número de mortos na guerra civil e em 700 mil o total de refugiados em países vizinhos. Em setembro de 1998 eclodem violentos choques em Monróvia, deixando quase 50 mortos. Os combates são retomados em reação à tentativa do governo de prender Roosevelt Johnson por acusação de traição.



Fonte: www.mulheresnegras.org



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