domingo, 2 de maio de 2010

25-05 "Dia da Libertação da África"


Dia da Libertação da África



José Roberto Guedes de Oliveira
Comemoramos, nesta data de 25 de maio, o "Dia da Libertação da África", efeméride instituída pela Organização das Nações Unidas - ONU, em 1972.
Mas antecede este calendário de memória, o dia 25 de maio de 1963, quando 32 chefes de Estados africanos se reuniram em Adis Abeba, capital da Etiópia, criaram a Organização da Unidade Africana - OUA, hoje União Africana, e uma pauta de determinação, com um basta à submissão secular, colonização, neocolonialismo ou outro qualquer meio de "Partilha da África".
Reportamo-nos, aqui, ao poeta Gilson Lustosa de Lira, em singela homenagem ao povo africano, num soneto de síntese:
25.05. DIA DA LIBERTAÇÃO DA ÁFRICA
Do mais antigo território conquistado, o nome "África" foi criado. 
Corresponde à Tunísia, se não me engano, e foi criado pelo povo romano.

Invadido de modo brutal, foi um grande Império Colonial. 
O domínio longo tempo se fez, pelo Espanhol, Britânico e Francês.

Continente de grande dimensão, seu maior país é o Sudão, entre mais de 50 países.
Com a queda dos grilhões, a liberdade das nações deixaram seu povos felizes.
É claro que, para anos brasileiros, a África é sempre presente e sabemos muito bem dos nossos afrodescedentes e das suas angustiosas vontades. Sabemos, ainda, que não foram poucos os que sofreram e ainda sofrem os preconceitos, desde o famigerado, ímpio e desumano tráfico africano, que se deu em vários séculos passados.
O que nos importa, a bem da verdade, é reconhecer que houve um Holocausto do Negro, assim como houve o Holocausto Judeu, o Armênio, e outros tantos genocídios que a história registra. Não há que se conformar, sob pena de se repetir outros tantos, por parte da intolerância que tanto amargura os homens de bons costumes.
Mas o dia 25 de maio não é só ou tão somente para comemorar; é para refletir sobre estas questões da nossa afinidade com todos, sem o ranço atropelador da discriminação racial tão implacável em determinadas pessoas e em determinadas sociedades. É tempo de pensar, agir, ponderar e batalhar, com força e determinação, para que tenhamos uma vivência onde a cor não é determinante do coração vermelho de cada pessoa. Lembramos o Dr. Martin Luther King Jr, que neste sentido assim se pronunciou com a sua veemência e autoridade.
Presenciamos, contudo, os embates existentes na sociedade brasileira, quando se fala em cota, em estatutos e garantias do afrodescendentes e uma enorme gama de leis contemplativas. Tememos que, algumas delas, ao invés da integração, se tornem instrumentos de divisão. Esperamos que estas não levem a pólos distantes ou eqüidistantes, formando um poço na sociedade brasileira. Rezamos, assim, para que tudo dê certo.
O dia 25 de maio, portanto, nos pede uma reflexão. É isso que precisamos fazer, para iluminar a todos os que se debruçam na árdua tarefa de integração e das políticas públicas que se estendem a todos, sem fatores de cor, religião, crença, qualidade social e outros mais.
Das 23 nações africanas, na memorável reunião de Adis Abeba, resultou um avanço fantástico no reconhecimento do povo, da sua autodeterminação e da sua capacidade continental que nos leva a pensar e repensar no nosso passado. Precisamos, urgentemente, determinar que a história africana é ponto a ser discutido e reedescutido nas escolas e nos encontros da nossa formação humana.
Abraços calorosos, a todos os afrodescendentes!
José Roberto Guedes de Oliveira 
E-mail: guedes.idt@terra.com.br 
Prêmio Emílio Castelar Personalidade 2008-Madrid Fundación Vida - Grupo Ecológico Verde 
Federación Panafricanista da España.





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