sábado, 15 de maio de 2010

Classe Média Negra!!! Leia, você vai adorar!!!!

Inúmeras vezes vemos a questão da cultura negra, e com ela a do preconceito, ser discutida no Brasil por artistas e intelectuais. Raramente se houve a questão ser discutida por pessoas de outros meios. Alguém de vocês conhece um alto executivo negro? Alguém já ouviu falar da reação dos europeus quando um negro entra em um restaurante de alto nível ou em um teatro. E a dos americanos? 


Mundo
Para falar sobre isto convidamos Marcos Moreira, executivo, brasileiro, bem sucedido, pouco mais de 40 anos, Diretor de Business do Banco Fiat, empresa pertencente ao Grupo Fiat, com sede na Itália. De suas mãos saem muitas das grandes decisões envolvendo o nome do banco. Marcos é negro, veio de família pobre, realidade igual à de tantos outros brasileiros, e circula por um mundo quase sempre reservado aos brancos. O alto posto que ocupa e que o torna um dos principais representantes da empresa no Brasil e no mundo, além de lhe proporcionar uma visão privilegiada da questão racial, ainda o credencia a falar sobre formas de vencer o preconceito. Seu depoimento é uma injeção de ânimo e um exemplo de que é possível conquistar coisas, vencendo o preconceito.



Leia o depoimento



"De formação contábil e administrativa, comecei na empresa como office boy, com 14 anos de idade. Sem dinheiro para cursos, aprendi datilografia e cálculos nos horários de almoço. Aos 18 anos já ocupava a função de encarregado da tesouraria. A pouca idade me obrigava a comportar-me com uma maturidade que ainda não tinha no campo pessoal. Depois disto, assumi a área de contabilidade da empresa e, aos 23 anos de idade, o cargo de Gerente Administrativo, quando também me casei. Em uma época na qual idade era sinônimo de experiência, eu era jovem e negro. A empresa ainda não era do tamanho que é hoje, as pessoas se conheciam, o que tornou muito mais fácil o aparecimento de minha competência. Depois veio a Gerência de Produtos e então a Gerência de Planejamento e Marketing, quando ingressei de vez na área comercial. Em 1995, assumi a Diretoria Comercial do Banco e, no ano de 2001, uma diretoria chamada Diretoria de Business, que é um nível superior às outras diretorias e acima da qual está apenas a superintendência da empresa. 



Minha primeira lição de vida, no campo profissional, foi aos 13 anos de idade, quando trabalhava como Embalador numa fábrica de roupas. A função imediatamente superior à minha era a de Separador de Pedidos. Eu era o melhor embalador da fábrica, fazia malabarismo com as caixas de papelão, como o pizzaiollo que roda as pizzas. Nesta época entrou, na mesma função que eu, outro rapaz, chamado Cícero (a lição foi tão boa que nunca esqueci o nome deste rapaz). Ele embalava as roupas com menos arte, mas com a mesma competência que eu e, quando não tinha nada para embalar, corria para fazer separação de pedidos. Não demorou muito, ele foi promovido a Separador de Pedidos. Nunca mais esqueci a lição. Também eu era capaz de separar pedidos, mas não atentei para a oportunidade que tinha diante dos meus olhos. A partir daquele dia prometi para mim mesmo que estaria atento à todas as oportunidades que surgissem. Uso esta máxima até hoje, em minha carreira.


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