quarta-feira, 30 de junho de 2010

30/06 Independência República Democrática do Congo - ex-Zaire.















República Democrática do Congo - ex-Zaire


A República Democrática do Congo (RDC), ex-Zaire, é o terceiro maior país africano. Situada no coração do continente, é coberta de florestas tropicais e muitos rios, destacando-se o Congo, o segundo mais extenso da África, que deságua no oceano Atlântico. A fronteira com os vizinhos Uganda, Ruanda, Burundi e Tanzânia é formada por vários lagos: Albert, Edward, Kivu, Mweru e Tanganica, o maior deles. Na região, montanhosa e vulcânica, ficam os parques nacionais de Kahuzi-Biega e Virunga, ambos santuários de gorilas, declarados patrimônio natural da humanidade. O país lidera a produção mundial de diamantes, possuindo ainda vastas reservas de cobre e cobalto, concentradas no centro e no sudeste. A exploração das riquezas minerais, porém, é dificultada pelas péssimas condições de transporte - uma viagem de trem ou de ônibus de Kinshasa, a capital, até Lubumbashi, no sudeste, dura cerca de duas semanas. Com uma das menores rendas per capita do mundo (US$ 130), a economia congolesa sofre as conseqüências de décadas de corrupção sob a ditadura de Mobutu Sese Seko, deposto em 1997 por uma rebelião. Ao assumir o poder, o líder rebelde Laurent Kabila muda o nome do país de Zaire para República Democrática do Congo.



Fatos Históricos

A região é ocupada na Antiguidade por bantos da África Oriental e povos do rio Nilo, que ali fundam os reinos de Baluba e do Congo. Em 1878, o explorador Henry Stanley funda entrepostos comerciais no rio Congo, sob ordem do rei belga Leopoldo II. Na Conferência de Berlim, em 1885, que divide a África entre as potências européias, Leopoldo II recebe o território como possessão pessoal. Em 1908, o Estado Livre do Congo deixa de ser propriedade da Coroa e torna-se colônia da Bélgica, chamada Congo Belga.



Independência

O movimento nacionalista tem início nos anos 50 sob liderança de Patrice Lumumba. Em 30 de junho de 1960, o Congo conquista a independência com o nome de República do Congo - em 1964 é acrescentado o adjetivo "democrática". Lumumba assume o cargo de primeiro-ministro e Joseph Kasavubu, a Presidência. A maioria dos colonos europeus deixa o país. Em julho de 1960 eclode uma rebelião contra Lumumba, liderada por Moise Tshombe. Antes do final do ano, Kasavubu afasta Lumumba do cargo de primeiro-ministro num golpe de Estado. Lumumba é seqüestrado e assassinado em janeiro de 1961. Tropas de diversos países (incluindo o Brasil) são enviadas pela ONU para restabelecer a ordem, o que ocorre em 1963, com a fuga de Tshombe. As tropas da ONU retiram-se em junho de 1964. Dias depois ocorre uma reviravolta: Tshombe regressa e assume a Presidência com apoio da Bélgica e dos EUA. Em novembro de 1965, ele é derrubado num golpe liderado por Mobutu Joseph Désiré.



Ditadura de Mobutu

Mobutu estabelece uma ditadura personalista, tornando o país um estratégico aliado das potências capitalistas na África. No início dos anos 70 lança sua política de "africanização", proibindo nomes ocidentais e cristãos. Como parte da campanha, muda em 1971 o nome do país para Zaire e da capital para Kinshasa (ex-Leopoldville). Ele próprio passa a se chamar Mobutu Sese Seko Koko Ngbendu wa za Banga, que significa "o todo-poderoso guerreiro que, por sua resistência e inabalável vontade de vencer, vai de conquista em conquista deixando fogo à sua passagem".



Oposição

Líderes rivais unem-se em 1988 para organizar a oposição, mas são presos ou exilados. Pressões internacionais levam Mobutu a adotar o pluripartidarismo em 1990. Em outubro de 1991, o líder oposicionista Etienne Tshisekedi é nomeado como primeiro-ministro, mas recusa-se a prestar juramento a Mobutu e é substituído. Os EUA põem em dúvida a legitimidade do governo e a Alemanha corta a ajuda financeira ao país. Em dezembro, Mobutu cancela as eleições. Tshisekedi é reconduzido ao cargo no ano seguinte. Em 1993, o Alto Conselho da República, criado pela conferência nacional, ordena o desligamento de Mobutu dos negócios de Estado e convoca greve geral.



Mobutu ignora a resolução. No final do mês, o Exército amotina-se quando ele tenta pagar os soldos com notas de 5 milhões de zaires (cerca de US$ 2), já recusadas em 1992 por não terem valor. Mobutu responsabiliza Tshisekedi pela rebelião, que deixa mais de mil mortos, e nomeia um governo de união nacional. EUA e União Européia não o reconhecem e apóiam a instalação de um regime de transição formado pela aliança oposicionista liderada por Tshisekedi. Em junho de 1995, o período de transição é prolongado por dois anos. Eleições gerais, previstas para o mês seguinte, não se realizam.



Guerra civil

Em 1994, mais de 1 milhão de ruandeses (em sua maioria hutus) foragidos do genocídio em seu país ingressam no leste do Zaire. A chegada dos refugiados desestabiliza a região, habitada há mais de 200 anos pelos tutsis baniamulenges, inimigos históricos dos hutus. Sentindo-se negligenciados por Mobutu - que tolera a presença dos hutus na região -, os baniamulenges iniciam uma rebelião em outubro de 1996, liderados por Laurent-Désiré Kabila.



O movimento conta com o apoio decisivo da vizinha Uganda e do regime tutsi de Ruanda, e ganha rapidamente a adesão da população, insatisfeita com a pobreza e a corrupção no governo. Nos meses seguintes aumentam os choques entre a guerrilha, batizada de Aliança das Forças Democráticas pela Libertação do Congo-Zaire (AFDL) e o Exército, que enfrenta deserção em massa. A escalada da ofensiva coincide com a ausência de Mobutu, que vai para a Europa em agosto submeter-se a tratamento médico para câncer na próstata. Apesar de muito doente, retorna ao território em dezembro com o objetivo de deter a rebelião. Em 1997, a guerra civil alastra-se pelo território, nos sentidos norte-sul e leste-oeste. Em fevereiro, a Força Aérea bombardeia as cidades de Bukavu, Shabunda e Walikale, sob controle rebelde. Mobutu propõe cessar-fogo à guerrilha em março, mas a AFDL não negocia. No mesmo mês conquista Lubumbashi, Kisangani (as duas maiores cidades depois de Kinshasa) e Mbuji-Mayi, a "capital dos diamantes".



República Democrática do Congo

Os rebeldes propõem ao Exército a ocupação pacífica de Kinshasa e, em 17 de maio de 1997, entram na capital sob aplausos da população. Kabila assume o poder, forma um governo de salvação nacional, promete eleições gerais e retoma o antigo nome do país - República Democrática do Congo -, adotado entre 1964 e 1971. No dia anterior à tomada de Kinshasa, Mobutu parte para o Palácio Gbadolite (o "Versalhes" africano), na selva, de onde foge para o exílio no Togo. Morre em setembro, no Marrocos.



Revolta contra Kabila

Apesar da promessa de democracia, um dos primeiros atos do novo presidente é a suspensão dos partidos e a proibição de manifestações políticas. As medidas autoritárias e o rompimento de Kabila com Ruanda e Uganda provocam insatisfação popular, sobretudo dos antigos aliados, os tutsis baniamulenges. Em janeiro de 1998, militares baniamulenges se amotinam contra o regime. Em fevereiro, o governo prende chefes tribais e professores universitários na região de Kivu, leste do país, onde vivem os tutsis. A revolta se alastra, recebendo o apoio ruandês e ugandense contra Kabila e, em junho, degenera em guerra civil. Os combates contra o governo ocorrem nos sentidos norte-sul e leste-oeste, repetindo a trajetória da ofensiva que no ano anterior depôs Mobutu e levou Kabila ao poder.



Intervenção estrangeira

Enfraquecido, Kabila pede socorro militar a Angola, Zimbábue e Namíbia para frear o avanço dos tutsis baniamulenges, que já ocupam grandes áreas do território congolês e ameaçam invadir Kinshasa. Em 2 de agosto, tropas, tanques, aviões e helicópteros dos três países entram no Congo e atacam posições dos rebeldes. Em resposta, Uganda e Ruanda ameaçam intervir diretamente.



A entrada de forças estrangeiras no conflito detém a revolta militar contra Kabila em menos de duas semanas, mas obriga o presidente a prometer eleições gerais para 1999.



Dados Gerais

Nome oficial: República Democrática do Congo (République Démocratique du Congo)



Capital: Kinshasa



Nacionalidade: congolesa



Idioma: francês (oficial), dialetos bantos e sudaneses (principais: quissuaíle, quiluba, quicongo)



Religião: cristianismo 87,2% (católicos 41%, protestantes 32%, seitas cristãs africanas 13,4%, outros cristãos 0,8%), crenças tradicionais e outras 11,6%, islamismo 1,2% (1995)



Moeda: novo zaire



Cotação para 1 US$: 141.500,00 (jul./1998)



Geografia

Localização: centro-sul da África



Características: bacia do rio Congo, com lagos e pântanos (centro e NO), circundada por relevos elevados, planície dos grandes lagos (L), montanhas (SE)



Clima: equatorial chuvoso (maior parte)



Área: 2.344.885 km²



População: 49,2 milhões (1998)



Composição étnica: lubas 18%, congos 16,1%, mongos 13,5%, ruandas 10,3%, zandis 6,1%, bangis e ungalas 5,8%, teques 2,7%, boas 2,3%, tchoques 1,8%, outros 23,4% (1983)



Cidades principais: Kinshasa (4.655.300), Lubumbashi (851.400), Mbuji-Mayi (806.500), Kinsagani (417.500), Kananga (393.000) (1994)



Patrimônios da Humanidade: Parques Nacionais Virunga, Garamba, Kahuzi-Biega e Salonga; Reserva Okapi



Governo

República presidencialista (ditadura desde 1997).



Chefe de Estado e de governo: presidente Laurent-Désiré Kabila (AFDL) (desde 1997).



Divisão administrativa: 11 províncias.



Partido político: - Aliança das Forças Democráticas pela Libertação do Congo-Zaire (AFDL) (único legal).



Legislativo: não há, suspenso desde 1997.



Constituição: suspensa desde 1997.



Economia

Agricultura: café (48 mil t), óleo de palma (180 mil t), palmito (72 mil t), látex (13 mil t), cana-de-açúcar (1,3 milhão de t), cacau (7,3 mil t), chá (3,3 mil t), pluma de algodão (9 mil t), caroço de algodão (17,5 mil t) (1997)



Pecuária: bovinos (1,1 milhão), ovinos (1 milhão), caprinos (4,1 milhões), suínos (1,2 milhão), aves (25 milhões) (1997)

Pesca: 147,2 mil t (1995)



Mineração: diamante (20,6 milhões de quilates), cobre (28,8 mil t), cobalto (2 mil t), petróleo (10 milhões de barris) (1996)



Indústria: têxtil, materiais de construção (cimento), alimentícia



Parceiros comerciais: Bélgica, EUA, França, Reino Unido



Fonte: www.mulheresnegras.org



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