quarta-feira, 2 de junho de 2010

"Continente Africano" 2° Parte

Entre o fim do século III a.C. e início do século I, Roma conquistou o Egito, Cartago e outras áreas do norte da África. O império dividiu-se em duas partes no século IV. Todos os territórios a oeste da Líbia continuaram pertencendo ao Império do Ocidente, governado por Roma, enquanto os territórios a leste, inclusive o Egito, passaram a fazer parte do Império Bizantino, sob o comando de Constantinopla. No século V, os vândalos conquistaram grande parte do norte da África e governaram até o século VI, quando foram derrotados pelas forças bizantinas e a área foi absorvida pelo Império do Oriente. Os exércitos islâmicos invadiram a África em 623, depois da morte de Maomé, e rapidamente venceram a resistência bizantina no Egito.
A partir de suas bases no Egito, os árabes invadiram os reinos berberes do ocidente. Enquanto os berberes do litoral converteram-se ao islamismo, muitos outros retiraram-se para os montes Atlas e o interior do Saara.
Os turcos otomanos conquistaram o Egito em 1517 e durante os 50 anos seguintes estabeleceram um controle aparente sobre a costa norte-africana.
O poder real, porém, permaneceu nas mãos dos mamelucos que governaram o Egito até serem derrotados por Napoleão em 1798.
Na África ocidental, surgiu uma série de reinos de população negra cuja base econômica estava no controle das rotas comerciais transarianas. Ver Reino de Gana, Império de Mali e Songhai.
A leste de Songhai, entre o rio Níger e o lago Chad, surgiram as cidades-estados de Hauçá e o império de Kanem-Bornu. Ao que parece, o islamismo foi introduzido nos reinos hauçá no século XIV, a partir de Kanem-Bornu.
Os primeiros documentos da história da África oriental, que aparecem no périplo do mar de Eritréia (c. 100), descrevem a vida comercial da região e seus laços com o mundo fora da África. Imigrantes indonésios chegaram a Madagascar durante o primeiro milênio com novos produtos alimentares, sobretudo a banana, que foi logo introduzida no continente.
Povos de fala banto, que se estabeleceram no interior, formaram reinos tribais e absorveram os povos bosquímanos e nilóticos que ocupavam as áreas interlacustres, mais interiores. Os colonos árabes ocuparam a costa e estabeleceram cidades comerciais. No século XIII, foram criadas algumas notáveis cidades-estados, voltadas para o mar, embora o seu impacto político sobre os povos do interior tenha sido mínimo até o século XIX.
O primeiro esforço contínuo dos europeus com relação à África só veio a partir de dom Henrique o Navegador, príncipe de Portugal. Depois de 1434, foram organizadas numerosas expedições e, em 1497-1498, Vasco da Gama contornou o cabo da Boa Esperança e chegou à Índia.
O comércio português atraiu os rivais comerciais europeus, que no século XVI criaram suas próprias feitorias e enclaves para captar o comércio existente.
Com o aumento do comércio de escravos para as Américas, as guerras pelo controle do comércio africano tornaram-se mais intensas. Durante os quatro séculos de tráfico de escravos, um número incalculável de africanos foi vítima desse comércio de vidas humanas (ver Escravidão). O primeiro reino importante que se beneficiou com o comércio de escravos foi Benin. No fim do século XVII, foi substituído pelos reinos de Daomé e Oio. Em meados do século XVIII, o povo ashanti tornou-se o maior poder da África ocidental.
O desejo britânico de acabar com o tráfico de escravos baseava-se nas perspectivas de reorganizar o comércio africano com vistas a outras exportações, aumentar a atividade missionária e impor a jurisdição do Governo britânico sobre propriedades que tinham pertencido a comerciantes britânicos. Essas ações levaram-no a assumir a soberania de certos territórios africanos.
No fim do século XVIII, o interesse científico e a busca de novos mercados começou a estimular uma era de explorações, em que se destacam figuras como James Bruce, Mungo Park, Heinrich Barth, David Livingstone, John Haning Speke, James Augustus Grant e Samuel White Baker. Aos exploradores seguiram, ou em alguns casos precederam, os missionários cristãos e mais tarde os comerciantes europeus.
Na Conferência de Berlim (1884-1885), as potências definiram as suas zonas de influência e a África ficou praticamente dividida entre elas. Ver Imperialismo.
A II Guerra Mundial enfraqueceu psicológica e fisicamente as potências coloniais.
A gangorra do poder internacional pendeu para os Estados Unidos e a União Soviética, dois estados anticolonialistas. Na década de 50, o exemplo das novas nações independentes de outros continentes, as atividades dos movimentos revolucionários e a efetividade de líderes carismáticos agilizaram o processo de independência. No fim da década de 70, quase toda a África havia se tornado independente.
Os jovens Estados africanos enfrentam vários problemas básicos, como o desenvolvimento econômico, o neocolonialismo e a incapacidade de se fazerem ouvir nos assuntos internacionais. A maioria dos Estados africanos é considerada parte do Terceiro Mundo.

África
As forças tectônicas que separaram a África da América do Sul há 150 milhões de anos criaram um continente cuja principal característica topográfica é um vasto e ondulado planalto. Os cientistas encontraram na África microorganismos fósseis de 3.200 milhões de anos, que atestam uma das primeiras formas de vida existentes na Terra.
Africanas, Línguas, línguas indígenas do continente africano. Na África são faladas mais de mil línguas diferentes. Com exceção do árabe, que excede o continente, as línguas mais faladas são o suaili e o haussa que contam, cada uma, com mais de dez milhões de falantes. Poucas possuem documentos literários escritos, embora a maioria apresente ampla tradição de testemunhos orais.
Classificação das línguas
Classificam-se em quatro grandes famílias: camito-semítica ou afro-asiática, nilo-saariana, khoi-san e nigero-kordofana. Chama-se família de línguas o grupo de idiomas procedentes de um tronco comum. As famílias se subdividem em ramos constituídos por línguas próximas e inter-relacionadas.
Família camito-semítica
Constitui o grupo mais importante. O árabe, ramo mais importante, é a língua mais falada no norte do continente e República do Sudão. O aramaico, falado por cinco milhões de pessoas, é o idioma oficial da Etiópia. Entre as línguas semíticas faladas no norte da África, estão o tigrinia e o tigré da Eritréia.
O ramo bérbere é falado por quase toda a população do Marrocos, Argélia e Tunísia, além dos grupos disseminados pelo norte da África. O ramo cuchítico está localizado na Etiópia, Somália, costas do mar Vermelho e inclui o orominga e o somali. O egípcio antigo, hoje sem descendência entre as línguas vivas, era desta mesma família (ver Língua copta). O ramo tchádico se estende ao norte da Nigéria e a mais importante é a língua haussa.
Família nilo-saariana
É falada ao longo de um território que se estende pelas margens do rio Níger até a Etiópia, através do vale do alto Nilo e em algumas partes da Uganda e do Quênia. O membro mais ocidental desta família é o songhai, falado em grande parte do Alto Níger, Mali e Níger. O ramo saariano abrange as línguas do norte da Nigéria, da República do Chade e de alguns assentamentos da Líbia. O ramo nilo-chadiano conta com um milhão de falantes no Sudão, norte do Chade, parte de Uganda e do Quênia, e no limite noroeste do Congo. As línguas núbias se localizam na fronteira do sul do Egito, ao longo do alto Nilo.
Família khoi-san
É formada por línguas que contam com menor número de falantes, não mais do que cem mil em todo o continente. São os idiomas falados pelos povos do sul da África, os san e os kikuius. O mais falado é o nama. A noroeste da Tanzânia existem duas línguas da mesma família, a sandawe e a hadza.
Família nígero-kordofana
Inclui duas subfamílias: a kordofana e a nígero-congolesa. A primeira abrange cerca de trinta línguas e se localiza em uma área pequena ao sul do Sudão, nas montanhas de Nuba. A nígero-congolesa se distribui por quase todo o continente, ao sul do deserto do Saara.
Em decorrência das migrações, a subfamília nígero-congolesa fragmentou-se em várias ramos ao longo de mais de 5.000 anos. As línguas bantos pertencem a um ramo desta subfamília e as mais conhecidas são o zulu da África do Sul, o suaili e o sukuma da Tanzânia e o ruandês de Luanda. Atualmente, começa a ser conhecida a produção literária dos escritores das línguas banto.
Outras famílias lingüísticas
As famílias indo-européia e malaio-polinésia estão também presentes nos idiomas africanos. À família indo-européia pertencem o africâner e inglês, idiomas da República da África do Sul e do Zimbábue, o francês, falado nas antigas colônias africanas francesas, e o espanhol da Guiné e províncias espanholas de Ceuta e Melilla. O malgaxe, idioma de Madagascar, pertence à família malaio-polinésia.

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